A catástrofe causada pelas chuvas que atingem mais de 400 cidades no Rio Grande do Sul está levando à mobilização de diversas empresas. Por meio de doações de dinheiro ou produtos, elas buscam auxiliar os desabrigados e atender às urgências do momento.
Enquanto na pandemia muitas empresas alteraram suas linhas de produção para fabricar itens essenciais – como álcool em gel e máscaras –, o mesmo ocorre agora. A Ambev suspendeu temporariamente a produção de cervejas em sua fábrica de Viamão, na Grande Porto Alegre, para focar na produção exclusiva de água.
Para isso, levou novos maquinários ao local, para viabilizar a adaptação da fábrica. A ação contou também com a participação da empresa Ball Corporation, que doou as latas. A intenção é produzir 850 mil latas de 473 ml por dia. A distribuição começa ainda hoje (8/5).
A Fundación Mapfre também anunciou uma ajuda humanitária de R$ 1,1 milhão em itens essenciais às vítimas. Além de mantimentos e objetos de necessidades básicas, como água potável, colchões, cobertores e kits de cama, mesa e banho, a instituição também está apoiando a população atingida com kits de higiene pessoal.
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Diversas outras empresas, como a Benx Incorporadora, estão implementando estratégias de coletas para arrecadar produtos que ajudarão as famílias atingidas pelas enchentes na região. Itens como alimentos não perecíveis, água potável, higiene pessoal e roupas são os prioritários.
O Banco Safra doou R$ 1 milhão para as famílias gaúchas. A doação será feita por meio de duas instituições: o Movimento União BR e a Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais.
Movimento reúne doações
O Movimento União BR, organização especializada em criar hubs de emergência por todo o país, já arrecadou mais de R$ 8 milhões em doações e itens para o Rio Grande do Sul. A entidade já estava atuando na região desde as fortes chuvas em setembro de 2023 e o trabalho foi intensificado agora, durante a maior catástrofe climática do país.
Já foram entregues mais de 200 mil itens, entre refeições desidratadas com fácil armazenamento e específicas para serem usadas em tragédias, kits de higiene pessoal e filtros purificadores de água com capacidade de 10 mil litros por dia.
O trabalho é realizado em parceria com o governo do estado, Defesa Civil, ONGs locais e cozinhas solidárias, e tem como objetivo auxiliar as famílias impactadas de forma emergencial. A entidade também atua com a Latam, no programa Aviões Solidários, para realizar as entregas.
Outra empresa que tem ajudado as ações humanitárias na região é a Azul Linhas Aéreas. A companhia lançou um fundo social de apoio humanitário, em parceria com a Associação Voar, com o objetivo de arrecadar doações de pessoas e empresas interessadas em contribuir financeiramente com o transporte de doações e no apoio às famílias em áreas afetadas. Segundo a Azul, milhares de clientes têm feito doações nos 160 aeroportos onde atua.
Balanço parcial: 95 mortos
As tragédias das chuvas no Rio Grande do Sul provocaram 95 mortes, sendo que quatro casos estão em avaliação, segundo balanço parcial divulgado pelo governo gaúcho na terça-feira (7/5). O governador Eduardo Leite confirmou que 131 pessoas estão desaparecidas. Pelo menos, 401 cidades foram afetadas, o que representa 80,6% do total de 497 cidades.
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Em entrevista à imprensa nesta terça-feira (7), o governador classificou a situação de “catástrofe”. Além disso, 48.799 pessoas deixaram suas casas e estão em abrigos. “O tamanho da crise no Rio Grande do Sul é o que especialmente torna essa situação difícil de tratarmos. Praticamente todo o estado está atingido de alguma forma”, lamentou.
Fundos para catástrofes ambientais
À frente da presidência do G20 até novembro e diante da profusão de catástrofes ambientais, o Brasil quer destravar o fluxo financeiro dos fundos internacionais para investimentos em mitigação e adaptação climática. Planos nacionais de transição energética e busca de justiça climática também foram estratégias mostradas por representantes do governo e da sociedade civil durante seminário da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (7).
Subsecretário de Financiamento ao Desenvolvimento Sustentável do Ministério da Fazenda, Ivan Oliveira coordena o grupo de trabalho de finanças sustentáveis do G20, que tem o acesso aos recursos dos fundos climáticos multilaterais como prioridade. Hoje, eles têm cerca de US$ 15 bilhões, com projeções de chegarem ao dobro disso nos próximos cinco anos.
“Muitas vezes, os recursos são alocados lá, mas não chegam à ponta. É muito difícil e burocrático. O que a gente está querendo fazer aqui, no grupo de finanças sustentáveis, é usar o capital político do G20 para uma mudança estratégica: que os fundos se conectem às prioridades e necessidades do país. E, segundo ponto: os recursos têm que chegar”, afirmou.
Com informações de Agência Brasil e Câmara dos Deputados.
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