
CEOs da indústria de consumo e varejo brasileiro têm investido mais no desenvolvimento de produtos de menor impacto climático. A CEO Survey , pesquisa anual da PwC, mostrou que a tendência supera a média geral de outros setores do país. Enquanto 83% dos gestores do segmento de consumo afirmaram ter projetos de inovação em desenvolvimento ou concluídos, a média do Brasil é de 63%.
O estudo contou com a participação de 4,7 mil líderes em 100 países. Entre as principais temáticas globais analisadas que têm impulsionado a reinvenção dos negócios estão as mudanças climáticas e tecnológicas.
Mudanças climáticas alteram lógica de negócios
O quesito sustentabilidade preocupa os CEOs. O relatório revelou que 41% dos participantes do Brasil (45% no mundo) duvidam que, na trajetória atual, suas empresas se mantenham viáveis nos próximos 10 anos. No setor de varejo, o percentual é de 30%.
Ainda sob a ótica do compromisso ambiental, o setor de consumo e varejo nacional se destaca da média geral em projetos de descarbonização, mas mantém planos mais tímidos para outras ações climáticas. Do total de entrevistados do setor, 87% possuem projetos de eficiência energética em curso ou finalizados, enquanto na média geral do país o percentual é de 71%.
A venda de produtos, serviços ou tecnologias que apoiem os esforços de resiliência climática é uma realidade para 67% dos líderes varejistas no Brasil (a média nacional é de 48%). Por outro lado, apenas 13% dos líderes do setor disseram que já incorporaram os riscos climáticos ao planejamento financeiro – o percentual ainda é maior que a média dos CEOs brasileiros, de 9%.
Tomadores de decisão do setor de consumo e varejo do país indicam que aceitariam ter menos retorno diante de investimentos mais sustentáveis. Dos líderes ouvidos, 40% afirmam que as empresas aceitam taxas mínimas de retorno para investimentos de baixo impacto climático. No Brasil, o índice é de 34%.
Tecnologia também é fator que merece atenção, segundo estudo
A pesquisa revela que 63% dos líderes de consumo e varejo entrevistados no Brasil acreditam que as mudanças tecnológicas afetarão muito a forma de gerar valor ao negócio nos próximos três anos. Outros 57% indicaram que a inovação influenciou a geração de valor nos últimos cinco anos.
A adoção da inteligência artificial (IA) e sua capacidade de mudar a operação das empresas também é um dos destaques do documento. A adoção dessa tecnologia no setor de consumo e varejo e a adaptação da estratégica tecnológica para lidar com a inovação que ela representa estão abaixo da média geral das empresas brasileiras.
Os líderes de consumo sinalizam uma perspectiva de avanço no uso dessa tecnologia para os próximos 12 meses. Para 50% dos respondentes da indústria de consumo e varejo, a IA generativa vai melhorar a qualidade dos produtos e serviços das empresas nos próximos meses. Além disso, 33% destacam que essa tecnologia aumentará a capacidade da empresa em gerar confiança.
Para os próximos três anos, 70% dos CEOs de consumo e varejo indicam que a IA vai gerar novas habilidades para sua força de trabalho. Além disso, 60% acreditam no aumento da competitividade no setor a partir da adoção da inteligência artificial e 63% veem uma mudança significativa na forma como as empresas do setor podem criar e entregar valor a partir da adoção dessa nova tecnologia.
Todas essas tendências também aparecem refletidas nas principais ameaças para o setor de consumo e varejo do Brasil. Para 27% dos respondentes do segmento, riscos cibernéticos são os que podem trazer maior impacto aos negócios nos próximos 12 meses. Esse é o segundo fator de principal preocupação, abaixo apenas de instabilidade macroeconômica, apontada por 30% dos líderes entrevistados.
Confira a pesquisa na íntegra
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