O vice-presidente Hamilton Mourão minimizou, nesta quinta-feira (24), a fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sobre "espionagem da China", dizendo que foi apenas uma "declaração" de um parlamentar e que o trabalho do governo com o país asiático continua.
"É exatamente isso o que você falou, declaração. Nada mais do que isso. Estamos trabalhando de forma objetiva e mantendo contato com nossa contraparte na China . A gente segue nosso trabalho normal aqui no governo", disse Mourão, ao chegar no Palácio do Planalto.
Na segunda-feira, Eduardo afirmou que o Brasil aderiu ao programa Rede Limpa, do governo dos Estados Unidos , para impedir a "atos de vigilância do governo chinês" na quinta geração de telefonia móvel (5G). A declaração motivou uma reclamação formal da embaixada da China ao governo brasileiro.
Eduardo é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Entretanto, Mourão disse que o órgão não representa o governo: "A Comissão de Relações Exteriores não é governo, é uma comissão parlamentar."
Também na manhã desta quinta-feira, o vice-presidente participou de um evento promovido pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC). Em seu discurso, ressaltou que o país asiático é o maior parceiro comercial do Brasil e que essa situação foi intensificada durante a pandemia do novo coronavírus :
"A China é nosso maior parceiro comercial há uma década. A crise mundial gerada pela pandemia da Covid-19 não alterou esse quadro, ao contrario, as autoridades chinesas estimam que a importação de produtos brasileiros baterá recorde neste ano de 2020, contrastando com o contexto de desaceleração generalizada verificado no comercio internacional."
O conselho publicou um documento que defende o alinhamento dos dois países em torno de três prioridades comerciais: infraestrutura, tecnologia e finanças.