O Ibovespa, principal indicador de desempelho da Bolsa de Valores brasileira (B3), reagiu de forma otimista ao anúncio feito pelo secretário de Previdência Social, Rogério Marinho, sobre a decisão de elevar a idade mínima da aposentadoria para 62 e 65 anos (mulheres e homens, respectivamente). A notícia fez o índice fechar o dia com variação positiva de 2,27%.
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O Ibovespa abriu o pregão em 95.863 pontos e passou a manhã operando no vermelho. O nível mínimo foi atingido por volta do meio-dia, quando o índice estava abaixo dos 95 mil pontos. No fim da tarde, com o anúncio sobre a Previdência, o Ibovespa saltou de 96.632 pontos às 17h08 para 97.100 pontos às 17h09, fechando o dia em 98.015 pontos.
Os números para idade mínima, além da manutenção da diferença entre homens e mulheres, foram decididos pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), que já havia adiantado, na noite de ontem (13), que "bateria o martelo" sobre a nova Previdência hoje. As idades mínimas devem ser alcançadas dentro de 12 anos, período escolhido para a transição.
"Hoje o presidente, diante das informações que recebeu, tomou a decisão final. O texto está pronto”, anunciou Marinho. Segundo o secretário, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência deve ser assinada por Bolsonaro no próximo dia 20 e, então, enviada ao Congresso Nacional.
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Atualmente não existe idade mínima para que um trabalhador possa se aposentar. A regra vigente permite que homens contribuam por no mínimo 35 anos ou tenham pelo menos 65 anos antes de parar de trabalhar. As mulheres, por sua vez, precisam contribuir para a Previdência por 30 anos e completar ao menos 60 anos de idade.
Comum acordo
O secretário também revelou que as idades mínimas anunciadas são um meio-termo entre o que queriam Bolsonaro e sua equipe. O presidente defendia a diferenciação dos valores de acordo com os gêneros (60 anos para mulheres, 65 anos para os homens), enquanto seus economistas propunham 65 anos para os dois. Bolsonaro também desejava um período de transição oito anos mais longo do que o decidido.
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"Nós conversamos com ele sobre a reforma da Previdência , e o presidente tem sensibilidade. Entendeu também as condições da economia. E fez a distinção do gênero. Ele acha importante que a mulher se aposente com menos tempo de contribuição e trabalho do que o homem e nós conseguimos encurtar um pouco essa questão da transição", explicou Marinho.