Em relatório divulgado nesta quarta-feira (13), a agência de classificação de risco Moody's avalia que o projeto de reforma da Previdência não deve ser aprovado antes do terceiro trimestre deste ano, com a possibilidade de ser adiado ainda mais. Segundo a agência, a amplitude das mudanças, além de fatores externos, podem influenciar na tramitação da proposta.
Leia também: Previdência pode ter idade mínima de 57 anos para mulheres e 62 para homens
"Dada a amplitude das reformas propostas, esperamos que o processo de aprovação [da nova Previdência ] será adiado e é improvável que seja finalizado antes do terceiro trimestre deste ano, podendo ser adiado ainda mais se componentes adicionais, como uma reforma trabalhista, estiverem ligados à proposta de reforma da seguridade social", escreveu a Moody's.
O documento considera que a minuta da reforma vazada à imprensa na semana passada é ambiciosa, mas pode ser um ponto de partida para as negociações no Congresso Nacional. "A qualidade e a amplitude da reforma que será por fim aprovada dependerão da capacidade do governo de conseguir consenso político no Congresso", avalia a agência.
A minuta estabelecia, dentre outras regras, uma idade mínima de 65 anos para aposentadoria de homens e mulheres, sem diferenciação por gênero. Ontem (12), porém, o secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho , afirmou que o texto da proposta de reforma que foi fechado pelo governo está "bastante" diferente daquele que foi vazado.
A Moody's também publicou a economia estimada que a reforma da Previdência pode trazer. As expectativas da agência – entre R$ 600 bilhões e R$ 800 bilhões – são mais pessimistas que as de Paulo Guedes, que chegou a afirmar que o governo economizaria R$ 1 trilhão nos próximos dez anos com as mudanças propostas.
Discussões sobre a Previdência
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, devem discutir amanhã (14) o texto da proposta de reforma da Previdência a ser enviado ao Congresso. A informação foi compartilhada pelo filho mais velho do presidente, Flávio Bolsonaro, após um encontro com Guedes.
Leia também: Bolsonaro e Guedes devem discutir Previdência amanhã, diz filho do presidente
"Eu estava com saudades do Paulo Guedes. Vim bater um papo com ele", disse o senador. "Eu trouxe um pouco do clima do Senado para o ministro, que está receptivo ao debate sobre a reforma da Previdência ". A reunião não constava na agenda oficial do ministro da Economia.