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"Agora não é o melhor momento para se tomar um empréstimo”, afirma Amerson Magalhães

2016 promete ser um ano difícil. A inflação fechou 2015 em 10,67%, a maior taxa acumulada desde 2002. A poupança registrou seu pior ano desde 1995 e perdeu R$ 53 bilhões. Não existe perspectiva para redução da taxa de juros. Com todos esses fatores em vista, é fácil ficar apreensivo em relação ao ano que acabou de começar. Por isso, o consumidor deve ficar atento aos seus planos para 2016 e escolher os melhores investimentos para não correr o risco de ficar com as contas penduradas.

O iG conversou com o sócio-diretor da corretora Easynvest e analista Amerson Magalhães, que deu algumas dicas sobre investimentos. Ele afirma que não é necessário desistir dos planos, mas é preciso controlar o orçamento e fugir de empréstimos. “Nós estamos em um cenário de taxa de juros bastante alta. Então, para qualquer um dos sonhos, se a pessoa depender de financiamento e não há uma possibilidade do recurso, é melhor adiar, porque certamente agora não é o melhor momento para se tomar um empréstimo”, explica.

Confira as sugestões do analista para os desejos mais comuns da população: 

Comprar um imóvel ou um carro:

O melhor investimento para quem deseja realizar esses tipos de aquisições envolve títulos pós-fixados, aqueles que são corrigidos por um indexador, como a taxa básica de juros (Selic) e a inflação (IPCA). Magalhães explica que o investidor pode optar tanto pelo Tesouro Direto quanto por títulos privados, e esclarece as diferenças entre os dois. “No Tesouro Direto a liquidez é diária e o investimento mínimo é a partir de R$ 30. Nos títulos privados a rentabilidade é maior, contudo, a liquidez não é diária, existe uma data específica de vencimento, e o valor de investimento é maior, mas para quem tem o objetivo de comprar uma casa ou um carro, não acho que isso seja um problema, até porque o valor investido será maior”.

O especialista explica que, em relação ao investimento privado, é preciso ficar atento ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que garante para títulos privados o valor de até R$ 250 mil por CPF em instituição financeira emissora. Em outras palavras, se o valor que o investidor resgatar for maior que R$ 250 mil, é necessário diversificar o resgate para evitar riscos.

Magalhães também não acredita que seja prudente realizar investimentos em fundos imobiliários e mercado de ações, por exemplo, no atual cenário econômico. “[Nesse caso] existe um risco muito grande para um período muito curto que é o período de um ano”, diz.

Para investir no Tesouro, é preciso primeiro se cadastrar em uma corretora ou instituição financeira registradas no Banco Central . Depois de realizar o cadastro, é possível realizar os passos necessários via internet, analisando os títulos disponíveis, escolhendo o que considerar melhor e, ao realizar a escolha, transferir a quantidade de dinheiro desejada para a conta da instituição.

Realizar uma viagem para o exterior

Neste caso, Magalhães aconselha que o ideal é já começar a realizar a compra da moeda específica do destino almejado ou um investimento em um fundo atrelado a ela. “Se de repente não houver um fundo para a moeda em questão, o investidor pode fazer o investimento em dólar ou em euro e lá na frente trocar. Ele não vai perder muito com isso”.

Investir na aposentadoria

Por ser um objetivo de investimento com um prazo maior, o analista sugere que se pense em títulos atrelados à inflação. “São títulos públicos ou privados que vão pagar uma taxa de juros mais a inflação. Esses títulos para a aposentaria são uma excelente opção”.

Ele também apresenta a possibilidade de se investir na bolsa de valores e recomenda que esse tipo de investimento seja realizado por meio de fundos de índices conhecidos como ETF. O ETF possui uma baixa taxa de administração, é sempre uma cesta de ações e possui um investimento baixo, permitindo que o consumidor consiga com poucos recursos montar uma carteira diversificada de ações.

Abrir um negócio próprio

O empreendedorismo é uma possibilidade que vem ganhando espaço e chamando a atenção por conta de relatos de sucesso. No entanto, segundo o sócio-diretor da Easynvest, no momento econômico atual existe uma maior dificuldade para o empresário. “Isso não quer dizer que qualquer negócio será mal sucedido. Existem oportunidades de negócios certamente em diversos mercados, a diferença é que quando se está em um momento econômico bom, essas oportunidades são maiores”, defende.

Quem optar por empreender precisa estudar o que será feito, analisar a região na qual o negócio será aberto, entender a necessidade de fluxo de caixa, entre outros fatores. “Muitas vezes o empresário empreendedor entra no negócio sem considerar o quanto ele vai precisar de recursos ao longo do tempo até que ele consiga ter uma maturidade para o seu negócio”.

O analista indica os cursos do Sebrae como boa opção de informação e formação para os interessados em ter o próprio negócio. 

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