O iG entrevistou o presidente da Invest SP, Wilson Mello, que preside a Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade – Invest SP, sobre o lançamento do programa Exporta SP. A iniciativa criada pela gestão João Doria vai preparar empresas de micro, pequeno e médio portes para acessar o mercado internacional.
A meta do projeto é qualificar 150 empresas este ano e chegar a 1.200 até 2023, fazendo com que um número maior de companhias passe a exportar os produtos de origem paulista. O programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico em parceria com a InvestSP.
De onde surgiu a ideia para capacitar empresas para iniciarem as exportações ou ampliarem suas vendas ao mercado externo?
Desde o início da atual gestão, o Governador João Doria sempre deixou clara sua visão liberal de governo, desenvolvendo políticas públicas claras, programas de capitação de investimentos externos, desenvolvimento econômico com políticas corretas, desoneração fiscal e sem entrar na guerra fiscal. Esse programa é mais um exemplo dessas políticas, desenhado juntamente com a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen.
Qual o objetivo do programa lançado pelo governo de São Paulo?
O principal objetivo é preparar empresas de micro, pequeno e médio portes do Estado de São Paulo para acessar o mercado internacional. A meta do projeto é qualificar 1.200 empresas até 2023, fazendo com que um número maior de companhias passe a exportar os produtos de origem paulista. O Exporta SP será o maior programa de capacitação para exportações já executado no Estado, incluindo pela primeira vez startups e o setor de serviços em seu escopo de atuação.
Qual o perfil de empresas que vocês querem atingir?
A prioridade está nas micro, pequenas e médias que ainda não exportam ou que já atuam no comércio internacional e queiram expandir seus mercados. O Estado de São Paulo tem hoje 10 mil empresas que já mantém algum tipo de relação comercial com outros países, sendo que 98% são micro, pequenas e médias empresas. No entanto, 18% delas encerram as atividades após o primeiro ano. Capacitar essas empresas para exportar é um dos caminhos para aumentar a competitividade dessas empresas e reduzir essa taxa de mortalidade.
De que forma um programa como esse contribui para o desenvolvimento econômico do Estado?
O programa é mais um meio para que o crescimento econômico se torne ainda mais consistente em São Paulo. Das empresas que exportam hoje no Brasil, 45% delas são de São Paulo. E temos potencial para muito mais, 63% dos municípios paulistas possuem registro para exportação, contudo o volume de exportação está concentrado em 10% deles. Os dados do Ipea demonstram que a economia de São Paulo cresceu mais de duas vezes e meia que a do país e reforçar o espírito exportador do Estado capacitando um número maior de empresas para acessar o mercado internacional certamente criará uma base mais sólida para continuar avançando ainda mais e ajudando no crescimento econômico do país. Temos compromisso em potencializar a exportação de alta qualidade e fazer com que São Paulo seja uma porta para a América Latina e para o mundo.
Como os interessados poderão participar dessa capacitação?
As empresas precisarão se cadastrar no site da InvestSP e passar por processo seletivo que avaliará o atual estágio para acesso ao mercado externo. Depois, ela receberá a visita de um consultor que irá prepará-la para cumprir todas as etapas do treinamento. Ao longo do projeto, o empreendedor terá aulas presenciais e acesso à plataforma online de conteúdo chamado AVA (Ambiente Virtual de Aula), que utiliza o modelo Canvas, abordando temas como inteligência comercial, formação de preços, adequação de produtos e serviços, planos de negócios, marketing e vendas, ministrados por especialistas da Fundação Instituto de Administração (FIA). Também serão realizados workshops regionais, que auxiliarão os participantes a construir uma rede de contatos de empresários que buscam a inserção no mercado internacional. Após o treinamento, as empresas continuarão sendo monitoradas pela InvestSP. A fase de acompanhamento terá duração de dois anos. Nesse período, serão feitos diagnósticos semestrais para verificar se o plano de ação elaborado durante a capacitação está sendo implementado corretamente.