Joaquim Levy, ex-presidente do BNDES
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Joaquim Levy, ex-presidente do BNDES

Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito(CPI) que investiga possíveis irregularidades cometidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente da instituição, Joaquim Levy, disse que todas as informações sobre as atividades do banco são públicas e estão transparentes.

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Levy pediu demissão da presidência do banco neste mês, depois de ser criticado publicamente pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.   Por mais de meia hora, ele sustentou que, no passado, a instituição de financiamento foi "vítima" do próprio governo, que segundo ele se valia de contabilidade fiscal para "usar o banco" como queria.  Antes de fazer sua apresentação, Levy chegou a distribuir uma cartilha aos deputados contendo dados das atividades do banco. Ele ressaltou que qualquer cidadão poderia ter acesso a essas informações por meio de um aparelho celular.

"Não temos nada o que esconder no BNDES. Contratamos uma investigação independente, a pedido dos nossos auditores externos. É caro, custa milhões e milhões. É um banco que está se ajustando, que está com foco na infraestrutura, nas pequenas empresas e aberto a todas as instituições de controle", disse.

Levy foi convocado para falar na CPI , por isso seu comparecimento era obrigatório. Sobre a politica de investimentos do banco em oitros países, como Venezuela e Angola, o ex-ministro admitiu equívocos e ressaltou que o BNDES chegou a investir quatro vezes mais no exterior do que em território Brasileiro. Na avaliação dele, em anos mais recentes, esses investimentos no exterior resultaram em diversas inadimplências. 

"É infeliz que em todos os lugares (países) houve grandes problemas que não têm nada a ver (com o banco)", disse, reeferindo-se a escândalos de corrupção.

Levy destacou que, ao assumir o Ministério da Fazenda no governo Dilma, resolveu o problema fiscal do banco e promoveu uma rápido saneamento na instituição.

"Por muito tempo o Banco era usado pelo governo, através de contabilidade fiscal, e não sabia-se muito bem como era feito.  BNDES foi uma vítima das empresas (envolvidas em casos de corrupção) e do governo. O BNDES foi empurrado para essas atividades", disse, completando: "O BNDES hoje é muito mais magrinho do que no passado."

Sobre o breve período em que comandou o banco na gestão Bolsonaro, Levy que encontrou um banco totalmente diferente. "Em 2019, encontrei um banco mais transparente, mas um banco que não tem mais subsídio. É um banco que se transformou.", afirmou.

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O ex-ministro ocupou a pasta da Fazenda entre 1º de janeiro e 18 de dezembro de 2015 e, nesse período, formulou e executou políticas econômicas que tinham total correlação com as atividades do BNDES .

"Vários dos investimentos realizados em empresas brasileiras que se internacionalizaram foram feitos sob a gestão de Levy , o que o coloca como testemunha privilegiada das operações", disse o deputado Elias Vaz (PSB-GO), ao defender o comparecimento de Levy na CPI, que investiga supostas irregularidades cometidas pelo Banco no período de janeiro de 2003 a 2015.

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