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"Guerra das maquininhas" vai afetar a receita do banco Itaú neste ano, prevê o presidente da instituição

A "guerra das maquininhas", disputa entre as credenciadoras de cartão, deverá afetar os resultados do Itaú Unibanco neste ano. A instituição espera um menor crescimento de suas receitas com prestação de serviços, que inclui as tarifas cobradas dos clientes, devido ao acirramento da concorrência entre as empresas do segmento de adquirência, que são aquelas que credenciam os estabelecimentos comerciais que operam com cartões de crédito e débito. O banco é controlador da Rede, uma das líderes desse  mercado.

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"Não acho que a Rede vá ficar sozinha (nessas mudanças). Isso é viabilizado pelo fato de termos uma inflação sob controle e o juro estável há mais de um ano. Não tem nada de extraordinário", afirmou Cândido Bracher, presidente do Itaú Unibanco, ao minimizar a "guerra das maquininhas ".

Desde o mês passado, as empresas do ramo têm anunciado uma série de benefícios aos seus clientes, que incluem a isenção de taxa para a antecipação de operações e a oferta das maquininhas de forma gratuita.

No caso do Itaú , desde a última quinta-feira (2) não é mais cobrada a taxa de antecipação das operações de crédito à vista (compra em uma parcela) e o pagamento passa a ser feito em dois dias, e não mais nos 30 dias anteriores.

Com a decisão, o banco reduziu a projeção para receita com prestação de serviços, e a expectativa passa a ser de um crescimento entre 2% e 5%. A expansão anterior vislumbrada era de 3% a 6%.

O crescimento mais fraco da economia brasileira , por sua vez, fez o banco revisar para baixo as projeções de crescimento das despesas, variando de 3% a 6%, ante expectativa anterior de 5% a 8%.

"Fizemos o orçamento de custos com a expectativa da economia crescer 2,5% em 2019. Isso nos permitia tolerar um nível de custos mais elevados. Percebendo que seria mais modesto, fizemos um exercício em todos as áreas do banco para ver onde havia chance de austeridade maior", afirmou o presidente da instituição.

Na época em que as projeções de desempenho do banco foram realizadas, a expectativa era que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil fosse crescer 2,5%. Agora, a projeção do Itaú é que a atividade econômica tenha neste ano uma expansão de apenas 1,3%.

Lucro do Itaú no primeiro trimestre foi de R$ 6,7 bilhões

O Itaú registrou no primeiro trimestre de 2019 um lucro líquido de R$ 6,710 bilhões, apresentando crescimento de 6,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o resultado recorrente, que exclui fatores extraordinários, ficou em R$ 6,877 bilhões, com uma alta de 7,1%. O retorno sobre o patrimônio liquido ficou em 23,6% no período.

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Ao final de março, o banco detinha uma carteira de crédito de R$ 647,061 bilhões, um avanço de 7,7% em 12 meses, com crescimentos mais significativos nas modalidades de empréstimo destinadas a pequenas e médias empresas e pessoas físicas. A qualidade de crédito dessa carteira se mostra sob controle. A taxa de inadimplência (atrasos acima de 90 dias)  ficou em 3%, queda de 0,1 ponto percentual na relação com o mesmo período do ano passado.

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