Após sofrer um aborto espontâneo em 2010, Mari Belém enfrentou um período doloroso com a frustração da gestação interrompida. Nesse período passou a estudar sobre o que havia acontecido durante o processo, até que em 2011, pôde engravidar novamente. Foi então que surgiu a ideia de dividir a experiência com outras mulheres — e foi um sucesso.
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"Com a intenção de ajudar os pais que perdem seus filhos, e encoraja-los a perseverar e acreditar que é possível, passei a trocar muitos e-mails com histórias e experiências. Comecei cada vez mais a dividir dicas e, por outro lado, me sentir ajudada por essas pessoas também, com suas experiências. Foi então que surgiu a ideia de criar um blog, que pudesse reunir o máximo de informações que as mamães de primeira viagem (e segunda, e terceira…) precisam e querem saber", comenta Mari, que conta em entrevista ao canal Empreendedorismo detalhes da trajetória de sucesso como blogueira no "Mamãe de primeira viagem".
Além do momento que te levou a interação com outras mães, alguém te encorajou a investir no blog?
Eu sempre sonhei muito sobre vitórias, crescer profissionalmente, mas, mesmo tendo ideias boas para isso, somente com a visão do meu marido consegui organizar e estruturar tudo. Hoje eu já sei como executar, mas precisei dele para me ensinar a colocar em prática.
Como é a vida de mãe e sócia das filhas?
Tenho duas filhas, uma de apenas seis meses (Julia) e outra de quatro anos (Laura). Elas fazem parte do meu trabalho, pois é minha experiência com elas que faz com que eu consiga falar da maternidade e ajudar outras pessoas. Laura é mais exibida e não duvido que siga algo artístico. Julia é toda risonha, mas acredito que será mais na dela.
Você imaginava que o blog iria crescer tanto?
O blog é meu maior empreendimento. Fiz dele meu ganha pão, porém nunca pensei que fosse ser tão reconhecida por ele, tanto pelo público, quanto pelas empresas. Por meio dele dei palestras para a Unicef, trabalhei com empresas como Johnson & Johnson, Danone, Nextel, Mattel, Laboratórios GSK e Aché, entre outras. Fui convidada para lançar linha baby em lojas de enxovais, tudo por conta do trabalho no blog.
Quais são suas características que potencializam isso?
Acredito que a maneira “normal” que eu falo sobre a maternidade, sem o glamour, priorizo o lado real da vida das mães. Dessa forma, fica claro que sou mãe como qualquer outra. Fora que pesquiso e estudo tudo que vou postar e tenho base científica para todos os temas, nunca postando algo sério apenas como minha opinião. As empresas veem seriedade no meu trabalho e as mães veem verdade em mim.
Quais os próximos passos?
Estou focada no crescimento do meu canal no youtube, na produção de conteúdo, com boa edição e vinheta. Estou prestes a investir em palestras também, porém com o meu conteúdo, mas conduzida e organizada por alguém que saiba fazer isso.
O que você busca com estes projetos?
Levar informação sempre. E confortar as mães. Seja com dicas de produtos ou com relatos da minha experiência. O blog surgiu com esse intuito e sempre seguirá isso.
Ganha dinheiro?
Hoje posso dizer que sim. No começo eu recebia apenas ajuda de custo do portal onde o blog estava hospedado. Depois de ficar independente, tive uns meses de fortalecimento de marca e desde então fecho de três a quatro projetos mensais, mas sempre com empresas e produtos que tenham a ver com a nossa vida ou coerente com o que eu acredito, com os conteúdos do blog.
A TV também gera outras atividades que vc ganha dinheiro como Eventos e Publicidades. Você é muito solicitada? Quanto representa isso na sua renda mensal?
Minha renda mensal é 90% eventos e publicidade. Vivo disso por conta do blog. Os outros 10% vem de shows corporativos e o show que faço 1x por mês em São Paulo.
Uma das características do empreendedor é ser um devorador de livros, isso faz parte da sua rotina?
Leio muito, mas não tanto sobre empreendedorismo. Leio sobre crescimento digital e muito romance e suspense policial, o único que li de empreendedorismo, não por acaso, foi o do Marcos Scaldelai.
Você já investiu errado? Deu algum passo maior que a perna?
Sou muito conservadora quanto à investimentos. Desde os modelos onde invisto meu dinheiro no banco, até entrar em algum projeto. Por essa razão, posso até ter perdido alguma oportunidade, mas nunca dei passo maior que a perna.
*Antonio Luis, especial para o Brasil Econômico.