Com 16 anos, no fim dos anos 80, o garoto Celso Zucatelli, que adotou o rock como gosto musical, vivia rodeado de amigos em Santo André, cidade próxima a capital paulista. Nesse período ele já se preparava para ingressar na vida universitária — e não tinha a menor ideia do que eram franquias. Com os pais advogados, tinha tudo para optar pelo curso de direito, porém por curiosidade escolheu o jornalismo, decisão que mudou toda a trajetória do jovem que desejava um intercâmbio no exterior, porém logo se apaixonou pela profissão e preferiu adiar a vivencia em outro País.
Ao mesmo tempo em que as coisas pareciam confusas nos primeiros passos na nova profissão, elas iam se encaixando e confirmando a decisão correta. Com o primeiro estágio de jornalismo no jornal O Estado de S. Paulo, um dos maiores veículos de comunicação do país, Zucatelli que cresceu acompanhando o sucesso comercial do pai no ramo de automóveis, e passou a ser fascinado pelos veículos, teve o destino traçado para cobrir o extinto Jornal do Carro, suplemento de grande relevância para o setor automotivo na década de 90. “Eu aprendi a ler vendo o Jornal do Carro quando era criança, e poder começar a carreira dessa forma foi uma feliz coincidência que a vida me proporcionou”, comenta Zucatelli, que hoje divide seu tempo como apresentador e dono de franquias .
Trajetória profissional
Sempre em busca de crescimento profissional, em 1993, se arriscou nas ondas radiofônicas, e passou a dividir o tempo na redação também na Rádio Eldorado. “Eu queria aprender todos os meios de comunicação, depois do rádio, passei a almejar a entrada na televisão, e meu primeiro emprego na Record foi assim. Desejei muito fazer parte, e eu bati na porta, liguei para o Chico Pinheiro, que trabalhava na emissora na época e pedi um trabalho para ele, que nem me conhecia, porém me deu a oportunidade de vivenciar o telejornalismo”, relembra Zucatelli.
Depois disso não saiu mais da telinha, passou pela Bandeirantes e Tv Cultura, até retornar em 2006 para a Record. Dessa vez esteve na bancada de diversos telejornais, como o SP Record, Fala Brasil e o Jornal da Record até ser enviado como correspondente da emissora em Nova York. “Tive o privilégio de cobrir a inesquecível eleição de Barack Obama e o estouro da crise econômica americana. Foi uma fase da vida que me marcou muito e premiou minha carreira”.
De volta ao Brasil em 2009, migrou para o formato que sempre defendeu como ideal de comunicação com o telespectador, a revista eletrônica. Nas manhãs da Tv Record, transformou informação em “conversa com o público”, uma marca registrada do apresentador até os dias atuais, que segue a mesma linha de entretenimento informativo no programa “Melhor Pra Você”, na RedeTv, desde 2015.
O EMPREENDEDOR LONGE DAS CÂMERAS
Qual foi a sua primeira aventura no universo do empreendedorismo?
Por cautela, meu primeiro investimento foi dentro da área de comunicação. Junto com os meus dois irmãos, que são atores, optamos por abrir uma produtora de vídeos publicitários.
Sua mentalidade macro para os negócios surgiu de que forma?
Aprendi muito com o meu pai, ele atuava no segmento de automóveis, e sempre pensava na inovação para atrair novos clientes, ele era muito inquieto na busca pelo diferencial em tudo que ele fazia, e dava certo e os concorrentes copiavam. Minha mãe é advogada, mas sempre vi ela falar sobre franquias. Acabou não indo para esse caminho, porém foi essencial para que alguns anos depois essa ideia continuasse martelando na minha cabeça.
Como foi a sua entrada no mercado de franquias?
Eu acredito muito no plano B, sempre pensei que deveria ter isso, mesmo tendo sucesso na minha profissão. E a partir desse pensamento, quando voltei a morar no Brasil passei a observar todas as possibilidades. Entre elas, acompanhei o meu cunhado que havia investido em uma franquia de Havaianas e estava se dando muito bem. Eu e minha esposa nos encantamos pelo negócio, e em um ano e meio aceleramos o plano B, e atualmente temos quatro franquias de Havaianas. Mesmo com essa expertise que adquiri, eu sempre me vejo como um aprendiz em busca de inovação.
Sua esposa toca os projetos com você?
Minha esposa é meu braço direito, quando decidimos investir nas franquias ela abraçou o projeto junto comigo e se mostrou muito empreendedora, durante o processo aprendemos muito um com o outro, pois o mercado é novo para ela também, que como eu tem formação em jornalismo.
Falando de outro membro da sua família, o “Paçoca” também gera renda?
Mais do que meu cachorro, o “Paçoca” virou um sócio meu (rs), fazemos campanhas publicitárias juntos. Penso que isso só funcionou por que foi por acaso, um dia estava em uma reunião de pauta, e estávamos falando sobre uma matéria com cães para o programa do dia seguinte, e como eu tinha um filhote em casa eu me candidatei a leva-lo ao programa, porém sem pretensão nenhuma. E a partir daí foi uma loucura, os telefones não paravam de tocar pedindo a permanência dele no programa, algo totalmente surpreendente.
Sobre o futuro, quais são suas perspectivas?
A minha profissão é algo apaixonante, no futuro quero continuar trabalhando na televisão. E isso não me impede de tocar outros projetos. Inclusive tenho duas propostas empreendedoras em estudo que em breve irei colocar em prática.
O que você considera um erro seu como empreendedor?
Como insucesso considero o tempo que perdi, eu deveria ter tido coragem para investir antes em outros segmentos.
*Antonio Luis, especial para o Brasil Econômico