Tratado como uma das grandes novidades da alta gastronomia, o siri mole que já é apreciado no Nordeste há muito tempo, tem sido assunto muito além dos mangues, onde é capturado e sofre o processo de troca de casca.
Atualmente a produção de siri mole é artesanal, em pequena escala e feita de maneira predatória, retirando animais diretamente do meio ambiente. O processo ocorre somente no período de seis a oito meses por ano. Além disso, a pouca previsibilidade e o endurecimento do novo exoesqueleto ocorrem entre uma e duas horas. Esses fatores impedem a produção de siri mole em escala industrial e de modo constante.
“Como consequência da dificuldade da produção, os preços são elevados e faz com que o siri mole seja uma parcela muito pequena da produção mundial de frutos do mar, que vale hoje por volta de 136 bilhões de dólares e tem crescido 3% ao ano”, explica Flavia Zanotto, sócia da Crab Brazil.
De olho nas oportunidades do mercado de crustáceos, a startup Crab Brazil desenvolveu tecnologia capaz de deixar a carne do siri mole pelo período de 48 horas. “Desenvolvemos um método para agilizar a troca do exoesqueleto e controlar o endurecimento deste para que os animais permaneçam como siri-mole por mais tempo, melhorando seu potencial comercial”, comenta Flavia Zanotto.
A ideia da Crab Brazil é reunir investimento para que o cultivo do siri seja feito desde a fase larval até pós larvas em sistema controlado, sendo assim a produção permanece sem intervalos durante todo o ano. Além disso, usar parte da produção para o re-povoamento desse crustáceo no meio ambiente faz parte dos planos da startup.
Com uma equipe formada por pesquisadores das áreas de nutrição, fisiologia, processamento de frutos do mar e engenheiros químicos, a Crab Brazil tem toda a base de estudo do setor para inovar, inclusive já fornecem o siri mole para empórios de frutos do mar. “O mercado de frutos do mar tem grande demanda por esse produto gourmet. Para alavancar a produção em escala industrial, precisamos de R$ 320.00,00 em troca de 20% das ações da empresa”, conclui Flavia Zanotto.
*Antonio Luis, especial para o Brasil Econômico
Para entrar em contato com Flavia Zanotto: [email protected]