Bitcoin atinge máxima histórica e chega a R$ 71.265
Após acordo com Paypal e dólar mais caro, criptomoeda alcança valor inédito
Por Brasil Econômico |
O Bitcoin ultrapassou, nesta quarta-feira (21), sua máxima histórica em reais, chegando ao valor de R$ 71.265. O aumento foi decorrente da empresa ter permitido que seus clientes comprem, vendam e guardem bitcoins, entre outras criptomoedas, em suas respectivas carteiras digitais, através de transações pelo PayPal .
Conforme divulgado pela Reuters , a partir de 2021, todos os mais de 26 milhões de comerciantes que utilizam o PayPal terão a possibilidade de serem pagos com a moeda.
De acordo com o diretor da ABCripto , Safiri Félix, essa a medida vai tornar a aquisição das criptomoedas um processo muito mais simples, o que aumentará a quantidade de usuários. “É uma resposta à Square, que anunciou ter parte do seu capital alocado em Bitcoin”, ressalta.
Beibei Liu, CEO da NovaDAX, afirma que o principal fator para a alta valorização do Bitcoin é o aumento do investimento internacional . “Square, MicroStrategy, Grayscale e Bit Digital anunciaram seus investimentos em Bitcoin e afirmaram que tratarão a criptomoeda como parte do seu portfólio de ativos de longo prazo. A Square inclusive permitiu a compra e venda de bitcoins no seu Cash App”, explica.
Já o country manager da Ripio, Ricardo Da Ros, avalia que há dois fatores importantes para a marca histórica alcançada hoje: a depreciação do Real e a própria tendência do Bitcoin de ficar em alta.
O Real é contribuinte pelo fato de que o dólar custava R$ 3,30 da primeira vez em que o Bitcoin chegou a R$ 70 mil. Naquele momento, uma bitcoin valia US$ 20 mil, mas hoje custa US$ 12.700. Ou seja, uma bitcoin, mesmo menos valorizada em dólar, fica mais cara no Brasil por causa do Real mais barato. Mais reais são necessários para comprar cada BTC devido à depreciação da moeda brasileira.
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Já quanto à tendência de ficar em alta do Bitcoin, Da Ros explica que “há muitos sinais de que o topo em dólar será alcançado em breve. A assimetria que o Bitcoin oferece é muito interessante”.
Em 2020, apesar da crise e desvalorização enfrentadas devido às baixas na bolsa decorrentes do novo coronavírus , a demanda por bitcoins tem sido três vezes maior. A informação é de Jan Uytenhout, cofundador da Capriole.
“Mesmo com o Bitcoin sendo minerado todos os dias, a oferta está diminuindo rapidamente. No último ano, 670 mil BTC foram minerados. No entanto, no mesmo período, 1,85 milhões de BTC foram comprados”, afirma Uytenhout.
Safiri comenta que as características do BTC são atrativas às empresas, como o fato de ser um ativo inconfiscável e imune a interferências de bancos centrais e governo. “Eu continuo convicto na função do Bitcoin como hedge (proteção) contra à impressão de moeda desenfreada dos BCs.”
Às 16h49 (horário de Brasília), o Bitcoin tinha alta de 7,22%, no valor de R$ 71.265 . No mesmo horário, em dólar, a criptomoeda registrava ganho de 6,07% nas últimas 24 horas, custando US$ 12.685, seu maior valor desde junho de 2019.