Werner Roger, colunista do iG, usa terno cinza e camisa azul e posa de braços cruzados
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Werner Roger, colunista do iG

Incontáveis incertezas e variáveis estão no tabuleiro econômico em 2022, no Brasil e mundo. Acredito que as respostas que investidores procuram não serão encontradas em nenhum oráculo (economistas, blogueiros, consultores etc.), mas apenas dentro de si mesmos. Somente cada indivíduo sabe até onde vai a tolerância ao risco, agressividade em investimentos, paciência, aspirações, necessidades.

É natural que, em momentos de incertezas, combinados à elevação nas taxas de juros, muitas pessoas destinem uma maior porcentagem dos recursos para a renda fixa. Abdicando, com isso, de grandes oportunidades de investimentos em ativos (como ações excessivamente descontadas e com grande potencial de valorização), situação análoga ao período de 2016 a 2019. Uma vez mais reforço a crença que estratégias de investimentos baseadas em uma análise macroeconômica global é ineficiente em cenários como os atuais.

Somos bombardeados diariamente por notícias e prognósticos negativos. Em geral, a reação é nos movermos na mesma direção em que todos estão se movendo (o efeito manada em sua manifestação mais característica). Desconheço movimentos dessa natureza que gerem valor – que, nunca é demais lembrar, não se multiplica do nada. Grandes ganhos vêm, em geral, de movimentos contra a maré: pequenos valores deixados na mesa e que somados geram grandes valores, mal precificados, geram grandes oportunidades.

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O market-timing também é estratégia perdedora. E isso simplesmente porque ninguém consegue antecipar acontecimentos de forma eficiente e consistente.

Antes de mais nada, precisamos de um bom planejamento de longo prazo e duas citações são valiosas neste cenário. "Planos são de pouca importância, mas o planejamento é essencial." (Winston Churchill). "Planejamento é tudo! Planos não são nada." (Helmuth von Moltke)

As duas frases, nas quantas versões delas que existam, refletem a vida real e nossas decisões de investimentos, sempre sujeitas a mudanças completamente fora de nosso controle e de nossa capacidade de prever. Mudanças de plano surgem a todo instante. Essa dinâmica das coisas nos obriga a investir e manter uma grande proximidade com as empresas – o que é impossível para quem investe em dezenas delas.

Tenho plena consciência da incapacidade de prever tantos eventos possíveis de natureza econômica e política – e suas ainda mais numerosas combinações. Desta forma, a minha estratégia é focar na análise das empresas da forma mais próxima e densa possível.

Na dúvida, consulte o oráculo de Delfos que cada um de nós traz dentro de si. Conhece-te a ti mesmo. E se a dúvida ainda persistir, confie seus investimentos a gestores que dedicam seu tempo (e sono) acompanhando o mercado, estudando empresas e mantendo uma estratégia consistente.

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