Werner Roger, colunista do iG, fala sobre investimentos
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Werner Roger, colunista do iG, fala sobre investimentos

Na seara dos investimentos é incontestável que o fator comportamental influencia nas tomadas de decisões. Como prova disso, notamos ao encerrar o primeiro (e bem interessante) trimestre deste ano, que enquanto os investidores locais se desfazem ou reduzem alocações em renda variável (ações e cotas de fundos de ações incluídas), os estrangeiros batem todos os recordes de ingresso de recursos na bolsa brasileira. Estes tiveram ganhos expressivos entre janeiro e março, tanto na valorização do IBOV (14,5%), como na do real (15,1%) em relação ao dólar.

Para quem busca segurança e prefere não se arriscar, aplicações em renda fixa têm sido uma opção óbvia para não correr riscos, mas pode representar a perda de janelas de oportunidades que se abrem no horizonte dos investimentos. Neste cenário, descortinam-se dois caminhos para os investidores locais: seguir o efeito manada e investir em renda fixa ou buscar janelas de oportunidades em ações nacionais que estão com os preços atrativos. Ir com a maioria pode até parecer uma solução prática e segura, mas
cuidado: para fazer escolhas assertivas, sem se deixar influenciar-se por informações das diversas mídias, primeiro é preciso se conhecer para não ser enquadrado na premissa de (1 Coríntios 15, 33), onde diz: “Não vos enganeis. As más companhias corrompem os bons costumes.”

O norteador de um investidor deve-se guiar, primeiramente, por seu amplo conhecimento em suas limitações, como o seu nível de aversão a risco, tolerância às perdas, objetivos de longo prazo, necessidade de liquidez como reserva e etc. Conhecendo tais traços de sua personalidade, o investidor se qualifica para fazer aplicações mais eficientes e escolhas mais precisas da sua carteira de ativos, que sejam condizentes com seus anseios, metas e necessidades no curto e longo prazo.

Para realizar aplicações financeiras, muitas pessoas acreditam que as simples respostas de um questionário são suficientes para definir determinado perfil de investimento, indicando seu caráter mais ou menos agressivo ou conservador. Mas na realidade, se nortear por tal estratégia é um equívoco. Geralmente,
essas plataformas acabam escolhendo um perfil cuja alocação gerou um retorno mais ou menos positivo no último ano. Por exemplo: se a bolsa teve um ano negativo e o perfil mais arrojado refletirá tal desempenho, a pessoa evitará tal perfil no ano seguinte. Se positivo, ele adotará o perfil agressivo.

Fator que possui pouca ou nenhuma relação com o real perfil do futuro investidor, como idade, tempo para aposentadoria, tolerância às perdas ou volatilidade do mercado.

Dessa forma, lembremos de Sócrates, o sábio filósofo grego que disse: “Conhece-te a ti mesmo”. Esse é o melhor caminho para selecionar investimentos, gestores e fundos de investimento. Primeiro, cabe ao investidor se perguntar em relação à seleção de gestores e fundos: quanto tempo de experiência tem o gestor? Qual sua formação profissional e histórico de desempenho? Seus resultados são consistentes? Qual a qualificação de sua equipe? Quais metodologias usam e como fazem gestão de risco? Sobre os fundos, pesquise sobre suas reais necessidades, grau de diversificação, consistência, desempenho histórico de longo prazo, volatilidade e o uso de derivativos. Afinal, como diz o ditado popular: “Diga-me com quem andas, e lhe direis quem és!” ou escolha o seu gestor ou gestora de recursos e te direi qual tipo de retorno almeja.

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