Michelin fortalece cadeia sustentável de produção de borracha na Amazônia
Christian Braga/WWF
Michelin fortalece cadeia sustentável de produção de borracha na Amazônia

A origem da matéria-prima deve ser a primeira preocupação de qualquer empresa que pretende descarbonizar suas operações. 

E quando esta matéria-prima é a borracha, produto que vem do látex, aquele líquido branco que sai dos troncos das enormes seringueiras amazônicas?

Este é o caso da Michelin, multinacional francesa tradicionalmente associada à produção de pneus

A empresa, que já trabalhava na extração sustentável da borracha na região amazônica havia cinco anos no programa Juntos pela Amazônia, com a WWF e o Memorial Chico Mendes, agora ampliou este trabalho em uma parceria com a organização comunitária ASPAC por meio da rede Origens. A ideia é fortalecer ainda mais toda a cadeia de produção da borracha. O Juntos pela Amazônia, que hoje beneficia 13 associações, já comprou mais de 350 toneladas de borracha nativa. Com a ampliação, foram compradas mais de 27 toneladas, impactando diretamente outros 91 produtores extrativistas e suas famílias, fortalecendo práticas de manejo sustentável do látex nas áreas protegidas Resex de Canutama e FES Canutama, que juntas somam 348.558,73 hectares de floresta.

“Não se trata de crédito de carbono. Entendemos que existe um valor em descarbonizar nossa cadeia produtiva. A cadeia da borracha tem muitos atravessadores e foi muito explorada durante muito tempo. Então nosso papel é estruturar esta cadeia e também um modelo para manter a floresta em pé enquanto se produz borracha", diz Bruno Temer, gerente de Sustentabilidade da Michelin para a América do Sul.

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Temer comenta que, atualmente, 31% da matéria-prima comprada pela Michelin é reciclada ou renovada. Como o pneu é um produto totalmente reciclável, é possível fazer com que sua cadeia seja circular. O Brasil, segundo o executivo, é o único país em que esta circularidade é possível desde o início, com a produção da borracha, o pneu, e depois no fim da vida, a reciclagem. “Um pneu que nunca é descartado e sempre volta a ser pneu”.

Pneu que economiza combustível

A Michelin teve uma participação relevante nas discussões sobre transportes durante a COP-30.

Na ocasião, a empresa apresentou, entre outras inovações, os pneus da linha Energy, que são capazes de reduzir em até 5% o consumo de combustíveis. Projetados para rodar as estradas brasileiras, esta tecnologia reduz também a resistência ao rolamento. Em uma frota de 50 ônibus rodoviários que roda 10 mil quilômetros por mês, por exemplo, com consumo de 3,5 litros por km, a economia seria de cerca de 75 mil litros de diesel no período.

“A sustentabilidade passa por toda a estratégia de negócios. A gente entende que falar de descarbonização do transporte não é só chegar na ponta, seja na transportadora, seja no nosso cliente. Também tem que falar com quem contrata a transportadora, quem é a rodovia. Então é uma visão maior”, finaliza.

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