Sam Altman era CEO da OpenAI
Steve Jennings/Getty Images for TechCrunch
Sam Altman era CEO da OpenAI

No mundo empresarial contemporâneo, a governança corporativa tem um papel central na definição do sucesso e da integridade de uma organização. Nessa semana, a saída de Sam Altman do cargo de CEO da OpenAI destacou a importância crítica de uma governança eficaz, especialmente em empresas na vanguarda da tecnologia e inovação.

Neste cenário, fica explícito que os executivos devem aderir estritamente às decisões do seu conselho. Estas decisões são fruto de deliberações colegiadas, incorporando uma variedade de perspectivas e interesses, em contraste com as visões potencialmente limitadas de executivos individuais. O papel do conselho vai além da supervisão; ele atua como um baluarte na proteção dos interesses da empresa e de todos os seus stakeholders.

Enquanto os executivos podem ser guiados por ambições pessoais ou visões de curto prazo, o conselho de administração representa uma voz coletiva, abrangente e equilibrada. Esta soberania colegiada é crucial para manter a integridade e a sustentabilidade do negócio a longo prazo. As decisões do conselho refletem uma compreensão abrangente dos desafios e oportunidades que a empresa enfrenta, considerando não apenas os objetivos financeiros, mas também as implicações éticas, sociais e ambientais.

Esta abordagem garante que a empresa não apenas prospere economicamente, mas também contribua positivamente para a sociedade e respeite os direitos e interesses de todos os envolvidos, desde seus funcionários e clientes, até fornecedores e parceiros.

O caso de Sam Altman na OpenAI exemplifica claramente as consequências de uma desconexão entre a liderança executiva e o conselho. Quando um CEO age de forma independente ou em desacordo com as diretrizes do conselho, há um risco significativo de desalinhamento com os valores e estratégias fundamentais da empresa. Esta discrepância pode levar a decisões que, embora possam parecer benéficas a curto prazo, podem prejudicar a empresa e seus stakeholders a longo prazo.

O conselho disse que Altman prejudicou sua capacidade de exercer suas responsabilidades, sugerindo que ele resistiu ao poder do conselho sobre a direção da OpenAI. A OpenAI, em seu comunicado oficial, afirmou: “Altman não foi consistentemente sincero nas suas comunicações com o conselho, dificultando a sua capacidade de exercer as suas responsabilidades”; “O conselho não confia mais em sua capacidade de continuar liderando a OpenAI”.

Quem são os conselheiros da OpenAi? O cientista-chefe da empresa, Ilya Sutskever, e três outros externos: Adam D’Angelo, Tasha McCauley e Helen Toner.

Mesmo sendo inegável que a OpenAI, sob a liderança de Altman, alcançou avanços notáveis, incluindo o desenvolvimento de grandes modelos de linguagem como o ChatGPT, essa trajetória de inovação não esteve isenta de desafios, particularmente no que tange à governança da empresa.

Mas este caso da OpenAI e a saída de Sam Altman reforçam a importância da governança corporativa e do papel crítico e crucial do conselho na definição do curso ético e estratégico de uma empresa. Os executivos podem e devem levar ao seu Conselho suas visões, oportunidades, planejamento, orçamento e etc, mas devem seguir a risca o que foi deliberado pelo Conselho, nada mais e nada menos. E tampouco devem decidir além de sua alçada e competência, mesmo sendo founder. Fica a lição!

Existem diversas teorias da conspiração além destas questões levantadas neste texto, como a influência de Elon Musk sobre os membros do conselho para a saída de Altman; Possível desenvolvimento clandestino da Inteligência Artificial; Microsoft se sentiu ameaçada; Enfrentamento de questões regulatórias não reveladas ao Conselho; Entre outras possibilidades que acredito serão reveladas nos próximos dias.

Por outro lado, investidores famosos como o Paul Graham e Ron Cownway declararam que não estão confortáveis com essa decisão. Mas isso fica para um novo texto por uma outra perspectiva.

De qualquer forma o Conselho agiu de forma abrupta com a demissão sem explicar os reais motivos ao mercado, isso desencadeou uma série de reclamações inclusive uma carta aberta de demissão de mais 700 funcionários da OpenAi condicionando a permanência com a volta o Sam a empresa.

Se não for explicada a decisão e cederem a pressão, fica comprovada a imprudência e a forma equivocada do Conselho.

De uma forma ou de outra, a Governança está desequilibrada.

O futuro da Inteligência Artificial não será abalado, pelo contrário, vejo ainda mais competição e velocidade, mas sem dúvida alguma, essa destituição de Altman serve como um importante lembrete de que não importa quão "bom", "heroi" ou “famoso” seja o executivo líder, o que importa, no final das contas, é que qualquer empresa deve ter uma eficiente governança.

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