4 lições que podemos aprender com a Bolsa em 2020
O colunista Luís Artur Nogueira explica como aproveitar as oportunidades e não vender ações na baixa
Olá, gravateiras e gravateiros! Tudo bem? Para quem investe em Bolsa de Valores, o ano realmente foi de fortíssimas emoções. A inesperada pandemia do novo coronavírus chacoalhou os mercados e, mais uma vez, os investidores tiveram de demonstrar frieza, equilíbrio, estratégia e resiliência para não perder dinheiro – e até ganhar. Agora, no fim do ano, o otimismo retornou e os mercados de ações voltam a quebrar recordes no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Afinal de contas, o que podemos aprender com essa montanha-russa financeira?
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São várias lições, mas vou destacar quatro. A primeira delas é ter frieza e jamais vender na baixa. O Índice Bovespa, que reúne as 75 ações com mais liquidez, havia encerrado 2019 com 115.645 pontos. No começo de março, despencou aos 61.691 pontos, o que representava uma incrível perda de 46,7% em pouco mais de dois meses. Na verdade, a perda só existiu para quem vendeu seus papéis na Bolsa
ou resgatou o dinheiro dos fundos de ações. Infelizmente, no pânico, muitos tomaram essa decisão errada.
Outra lição é ter equilíbrio e entender que os pequenos investidores, que são a maioria dos brasileiros, devem ter a renda variável como um componente de diversificação de sua carteira de investimentos. Jamais devem colocar 100% dos recursos em Bolsa de Valores. Isso não é ser ousado! É ser maluco ou achar que a Bolsa é um cassino. Eu, que tenho um perfil de investidor moderado (sou uma mescla de conservador e arrojado), considero que 30% em ações é um bom limite. Quando a Bolsa sobe, essa fatia de renda variável ajuda a valorizar o patrimônio. Quando cai, os outros 70% amenizam as perdas.
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A terceira lição é justamente ter uma estratégia para aproveitar o pânico e comprar boas ações com preços baixos. O pânico normalmente gera irracionalidade no mercado, levando os investidores a queimarem seus ativos por qualquer preço. Quando isso ocorre, é hora de esfregar as mãos, separar o joio do trigo e buscar as pechinchas. Acredite: o mercado é cíclico e essas oportunidades surgem de tempos em tempos. O período de março a maio deste ano apresentou um saldão recheado de ofertas. Quem tinha uma estratégia armada conseguiu aproveitar...
A última lição que eu gostaria de mencionar envolve resiliência, que é a capacidade de absorver impactos e retornar à situação original. No caso da Bolsa de Valores, a resiliência depende da persistência. É preciso confiar na sua carteira de investimentos, promover eventuais pequenos ajustes e aguardar o mercado se recuperar assim que a crise passar. Sabíamos que em 2020, a crise financeira tinha sido gerada por uma pandemia que, mais cedo ou mais tarde, seria superada. Com o avanço das vacinas pelo mundo, os investidores já voltaram a comprar ações.
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É justamente esse otimismo com as vacinas que levou o Índice Bovespa a se aproximar de um recorde e encerrar o ano aos 119.409 pontos. A valorização da Bolsa
em relação a 2019 foi pequena (3,25%), mas ainda assim ganhou de muitos investimentos em renda fixa (a taxa básica de juros está em 2%). Se, por um lado, quem vendeu as ações em março perdeu quase 50%, por outro, quem as comprou naquela época acumula ganhos de quase 100%. Acredite: há investidores que venderam tudo em março (na baixa) e agora estão comprando (na alta). A grande sacada é fazer exatamente o oposto no próximo período de pânico, agindo com frieza, equilíbrio, estratégia e resiliência. Não se esqueçam destas quatro lições. Desejo a vocês, gravateiros e gravateiras, Feliz 2021!