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Luis Neves
A história de um único MD-11 que operou para três companhias aéreas brasileiras

Neste ano, o trimotor produzido pela americana Mcdonnell Douglas, completou 30 anos. Mesmo não sendo um sucesso absoluto de vendas, o modelo fez história e chegou a operar para as principais companhias aéreas ao redor do mundo.

O Brasil foi o único operador do modelo na América Latina, que teve o trimotor voando nas cores da Varig, VASP e TAM. Em 1992, foram entregues com poucos meses de diferença os primeiros MD-11, chegando primeiro na Varig e depois na VASP.

No total a Varig chegou a operar com 28 aeronaves MD-11, sendo 26 configurados para passageiros e 2 eram cargueiros puros. A VASP por sua vez, chegou a operar com 9 aeronaves MD-11 de passageiros em sua frota.

Com passar dos anos e com a crise que afetou as duas companhias aéreas, parte da frota dos trijatos americanos deixaram o país. Porém, uma aeronave em especial teria outras oportunidades para continuar voando com a bandeira brasileira estampada em sua fuselagem.

Entregue novo em 27 de novembro de 1996 para a VASP como PP-SFD, recebeu o nome de batismo de “Nossa Senhora Aparecida”, que por quatro anos ficou atendendo as rotas internacionais da companhia. No final dos anos 90, a VASP mergulhava numa crise que anos depois colocou um fim em sua história. No dia 23 de abril de 2000, foram tomados pelo fabricante os últimos quatro MD-11 que ainda restavam na companhia, entre eles estava o SFD.

O que parecia ser o fim da história do trijato em terras tupiniquins era apenas um renascimento, com uma nova roupa.

O retorno da fênix

A aeronave ficou por um período nos Estados Unidos e foi matriculado como N799BA. Em 2001, a aeronave volta a ostentar a bandeira brasileira em sua fuselagem, desta vez nas cores da Varig, matriculado como PP-VQX.

Foram seis anos cruzando os céus do Brasil e do mundo nas cores da companhia, e mesmo com a proposta de receber aeronaves novas e usadas para renovação da frota, a Varig vinha apresentando balanços financeiros negativos por vários anos. Em 22 de junho de 2005, a justiça brasileira deferiu o pedido de recuperação judicial, e com dívidas chegando a 5,7 bilhões de reais, nem mesmo as propostas foram o suficiente para salvar a empresa, que chegou ao fim em 20 de agosto de 2010, quando foi decretado a falência da antiga Varig.

De casa nova…

Antes de fechar as portas de vez até ser comprada pela Gol, a Varig estava perdendo boa parte da sua frota para seus credores. Em 2006 foi a vez do VQX deixar a Varig, sendo tomado pela Boeing, que havia adquirido a Mcdonnell Douglas.

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Em janeiro de 2007, a Boeing cedeu para TAM três MD-11 ex-Varig em regime de leasing provisório até a chegada dos primeiros Boeing 777-300ER comprados pela companhia. O retrofit das aeronaves foram feitas na Varig Engenharia e Manutenção (VEM) no Rio de Janeiro, onde o VQX, passou a possuir uma nova identidade, deixando o hangar com a matrícula PT-MSJ.

Na TAM, os MD11 foram responsáveis principalmente pelas rotas para Paris e Milão.

Gradativamente, as aeronaves começaram a deixar a frota a partir de agosto de 2008, sendo substituídos pelos novos 777-300. Entretanto, o último MD-11 a deixar a frota da TAM, sendo também o último MD-11 que operou no Brasil no transporte de passageiros foi o protagonista desta história, o PT-MSJ. Seu último voo aconteceu em 12 de dezembro daquele mesmo ano, partindo de São Paulo (GRU) para Paris (CDG).

Com fim de sua jornada ostentando a bandeira brasileira por quase doze anos, o lendário MD-11 retornou para os Estados Unidos para a transformação que lhe daria mais alguns anos de vida. Em 03 de setembro de 2009, após ser transformado em carpassagepor completo, o MD-11F de número de série 48769, foi entregue ao seu atual operador, a FEDEX, onde foi matriculado como N573FE.

Atualmente, a Lufthansa Cargo é a única operando com o MD-11F para o Brasil. Seus voos regulares com transporte de cargas estão programados para ocorrer até 29 de dezembro deste ano, quando serão substituídos pelo Boeing 777-200F.

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