Sede do Banco Central da Argentina, em Buenos Aires, em foto de 14 de abril de 2025
LUIS ROBAYO
Sede do Banco Central da Argentina, em Buenos Aires, em foto de 14 de abril de 2025
Luis Robayo

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A Argentina recebeu nesta terça-feira (15) US$ 12 bilhões (R$ 70 bilhões), correspondentes à primeira parcela do seu acordo mais recente com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O desembolso representa um voto de confiança no programa econômico do presidente argentino, Javier Milei. As ajudas do FMI e de outros órgãos multilaterais ao país somam US$ 42 bilhões (R$ 246,5 bilhões).

A finalidade do empréstimo é reforçar as reservas do Banco Central argentino, que se aproximam, agora, de US$ 37 bilhões (R$ 217 bilhões). O desembolso chega um dia após o governo argentino levantar o controle cambial, que vigorava há seis anos.

O esquema anterior fez o câmbio quintuplicar e impulsionou o mercado paralelo. O novo mecanismo implica uma flutuação da moeda segundo a oferta e a demanda, com um piso de 1.000 pesos por dólar americano e um teto de 1.400 pesos. O Banco Central poderá intervir para manter a cotação entre as duas bandas.

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As pessoas físicas podem, agora, adquirir uma quantidade ilimitada de dólares por meio de operações bancárias, e um máximo de 100 dólares (R$ 584) em espécie. Já as pessoas jurídicas precisam esperar até 2026 para enviar dividendos para o exterior.

"O mercado começou a entender como funciona isso de flutuar", disse o economista Sebastián Menescaldi, diretor associado da consultoria ECO GO. Sobre o impacto da desvalorização do peso nos preços, ele observou que, por enquanto, o aumento "não é tão frenético". "Inicialmente, esperamos que ele seja de entre 4% e 5% de inflação neste mês, e algo semelhante no mês que vem."

O controle da inflação é o principal capital político de Milei, que passará neste ano por seu primeiro teste eleitoral, nas legislativas de outubro. O plano de austeridade rigoroso do presidente, com ajustes drásticos nas aposentadorias, na educação e na saúde, levou a uma queda da inflação de 211% em 2023 (quando o peso foi desvalorizado em 52%) para 118% no ano passado.

A desaceleração do aumento do custo de vida foi interrompida em fevereiro, quando registrou 2,4%, subindo para 3,7% em março.

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