
Serão eles as primeiras vítimas das tarifas "recíprocas" de Trump? Vários países têm elevados superávits comerciais com os Estados Unidos, para quem mais exportam do que importam.
- China em primeiro lugar -
A China está muito à frente de outros países, com um superávit comercial sobre bens de US$ 295,4 bilhões (R$ 1,7 trilhão)em 2024 com os Estados Unidos, segundo o Bureau of Economic Analysis (BEA), que faz parte do Departamento de Comércio dos EUA e publicou suas estatísticas anuais no início de fevereiro.
Considerada a fábrica do mundo há anos, a China é um gigante exportador, muito mais que os Estados Unidos, graças também à instalação de fábricas por multinacionais.
A China também se beneficia, segundo o presidente dos EUA, Donald Trump, de uma moeda mantida artificialmente baixa para tornar suas vendas no exterior mais competitivas.
Trump já desencadeou uma guerra comercial com a China durante seu primeiro mandato. E aplicou tarifas de 20% aos produtos importados da China.
- Disparidades na Europa -
A União Europeia vem em seguida com um superávit comercial de US$ 235,6 bilhões (R$1,35 trilhão), mas há disparidades significativas entre os países.
A Irlanda tem o maior superávit de todos os membros da UE, com € 86,7 bilhões (R$541 bilhões), um valor parcialmente explicado pela presença de vários grupos americanos como resultado de uma tributação vantajosa, particularmente no setor farmacêutico.
A Alemanha vem em seguida, com um superávit de US$ 84,8 bilhões (R$488 bilhões), e a Itália com US$ 44 bilhões (R$253 bilhões).
França tem um superávit de € 16,4 bilhões (R$102 bilhões), segundo os EUA, embora as estatísticas francesas indiquem um déficit.
Também registraram superávits a Suíça (US$ 38,5 bilhões de dólares ou R$221 bilhões), Áustria (US$13,1 bilhões ou R$75,5 bilhões) e Suécia (US$9,8 bilhões ou R$56,5 bilhões).
- México e Vietnã, rotas de trânsito -
O México, depois da China e da UE, tem o terceiro maior superávit, segundo estatísticas americanas, com US$ 171,8 bilhões (R$985 bilhões), seguido pelo Vietnã, com US$ 123,5 bilhões (R$712 bilhões).
Ambos os países são conhecidos por serem plataformas úteis para a produção de baixo custo por empresas multinacionais, que então exportam seus produtos para os principais mercados.
A proximidade do México com os Estados Unidos incentiva muitas empresas, incluindo americanas, a instalar suas fábricas lá.
Tanto o Vietnã quanto o país latino-americano aproveitaram ao máximo a primeira guerra comercial de Trump para reforçar seus superávits comerciais.
O Vietnã se tornou o país ideal para estabelecer-se e evitar os ataques de Trump à China durante seu primeiro mandato, e dobrou suas exportações para os Estados Unidos entre 2017 e 2023.
O México aumentou suas importações de produtos chineses que posteriormente vão para o mercado americano.
Em 2023, o México se tornou o maior exportador mundial para os Estados Unidos, à frente da China, segundo o BEA.
- Outros países com superávit -
Taiwan (US$ 73,9 bilhões ou R$426), Japão (US$ 68,5 bilhões ou R$394), Coreia do Sul (US$ 66 bilhões ou R$380), Canadá (US$ 63,3 bilhões ou R$380 bilhões), Índia (US$ 45,7 bilhões) e Tailândia (US$ 45,6 bilhões ou R$ 262 bilhões) estão na lista dos países com superávits comerciais com os Estados Unidos.