Ilustração com notas de dólar americano (E) e real no Rio de Janeiro, em 17 de dezembro de 2024
Mauro Pimentel
Ilustração com notas de dólar americano (E) e real no Rio de Janeiro, em 17 de dezembro de 2024
MAURO PIMENTEL

A cotação do dólar voltou a bater recorde no Brasil nesta terça-feira (17), superando os R$ 6,20, dando continuidade à desvalorização da moeda brasileira em meio a preocupações persistentes dos investidores sobre o compromisso fiscal do governo Lula.

Por volta das 12h19, o dólar atingiu R$ 6,208, segundo a Folha de S. Paulo.

De acordo com o site do Banco Central, o dólar fechou o dia a R$ 6,168.

A moeda americana ultrapassou, no final de novembro, a barreira dos R$ 6,00 pela primeira vez na história, depois que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou um pacote de medidas de ajuste fiscal considerado insuficiente pelo mercado financeiro.

O programa de ajuste, que combina revisão de tetos salariais e das aposentadorias de militares com redução de impostos para cidadãos de renda média, aumentou a desconfiança do mercado, em vez de assegurar o cumprimento do arcabouço fiscal, a regra que limita o crescimento dos gastos públicos até 2026, quando termina o mandato de Lula.

O presidente rebateu as críticas: "Ninguém nesse país tem mais responsabilidade fiscal do que eu", disse no domingo em entrevista à rede Globo.

"A única coisa errada nesse país é uma taxa de juros acima de 12%", acrescentou Lula, apontando também para uma "inflação totalmente controlada".

O novo aumento do dólar ocorre uma semana após o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar a taxa básica de juros, a Selic, em um ponto percentual, para 12,25%, uma das mais altas do mundo, em meio a temores sobre uma possível aceleração da inflação.

Em novembro, a inflação acumulada em 12 meses no país chegou a 4,87%, acima da meta oficial de 4,50%.

O índice mensal foi de 0,39%, abaixo da taxa de outubro (0,56%), segundo o IBGE, mas ainda acima das expectativas dos analistas.

O Copom já sinalizou que pode realizar ajustes na mesma magnitude de um ponto percentual nas próximas duas reuniões, no início de 2025, caso os preços continuem subindo.

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