O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chega para a 65ª Cúpula do Mercosul em Montevidéu, em 6 de dezembro de 2024
EITAN ABRAMOVICH
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chega para a 65ª Cúpula do Mercosul em Montevidéu, em 6 de dezembro de 2024
Eitan ABRAMOVICH

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou, nesta sexta-feira (6), em Montevidéu, o anúncio de um acordo entre Mercosul e União Europeia para um tratado de livre comércio "moderno e equilibrado" entre os blocos.

"Após dois anos de intensas tratativas, temos hoje um texto moderno e equilibrado, que reconhece as credenciais ambientais do Mercosul e reforça nosso compromisso com os Acordos de Paris", disse Lula durante uma cúpula do bloco sul-americano na capital uruguaia.

O mandatário brasileiro destacou que a integração com outras entidades "moderniza" as estruturas produtivas do Mercosul (fundado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai em 1991) e promove uma "inserção mais competitiva" do bloco no mundo.

Pouco antes, os presidentes dos quatro países fundadores do Mercosul se apresentaram à imprensa junto com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para anunciar o consenso após 25 anos de negociações.

Impulsionados pelo Brasil, mas também por Alemanha e Espanha, os dois blocos aceleraram as negociações para tentar fechar o texto antes da chegada de Donald Trump e sua guerra tarifária à Casa Branca em janeiro.

No entanto, o acordo enfrenta forte oposição de países como França e Itália, que exigem proteções para seus setores agropecuários.

As tensões ficaram evidentes com a polêmica recentemente gerada pelo diretor-geral do gigante francês de supermercados Carrefour.

Alexandre Bompard anunciou que suas lojas na França deixariam de vender carne proveniente do Mercosul, acusada de não cumprir os "requisitos" do mercado francês. No entanto, diante da repercussão negativa no Brasil, o Carrefour recuou.

Lula destacou que, com sua "pujança agrícola e pecuária", o Mercosul garante “a segurança alimentar de vários países do mundo, atendendo a rigorosos padrões sanitários e ambientais".

"Não aceitaremos que tentem difamar a reconhecida qualidade e segurança de nossos produtos", afirmou.

Um acordo de livre comércio entre os dois blocos de cada lado do Atlântico criaria um mercado de 700 milhões de consumidores.

A Bolívia, que recentemente se integrou ao Mercosul, não participou das negociações comerciais com a UE.

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