Veículos armazenados em porto na cidade de Nanjing, leste da China, em 17 de outubro de 2024
STRINGER
Veículos armazenados em porto na cidade de Nanjing, leste da China, em 17 de outubro de 2024
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A China divulgou nesta sexta-feira (18) o resultado de crescimento trimestral mais frágil em um ano e meio, apesar da série de medidas adotadas pelo governo para estimular o consumo e o setor imobiliário.

O Produto Interno Bruto (PIB) do país asiático cresceu 4,6% em termos anuais no terceiro trimestre, anunciou o Escritório Nacional de Estatísticas (ONE) em um comunicado, que atribui a desaceleração a um "ambiente externo complicado e difícil (...), assim como aos novos problemas do desenvolvimento econômico interno".

O resultado supera levemente as expectativas dos analistas entrevistados pela AFP, que projetavam um crescimento de 4,5%.

O índice, no entanto, é inferior aos +4,7% do período abril-junho e, sobretudo, representa o crescimento mais frágil desde o início de 2023, quando a China começava a flexibilizar as severas medidas contra a covid-19.

As vendas no varejo, principal indicador do consumo das famílias, aumentaram em setembro, com um avanço de 3,2% em termos anuais, após o resultado de +2,1% em agosto, o que representa um sinal promissor.

O índice de desemprego nas áreas urbanas caiu para 5,1% em setembro, contra 5,3% em agosto.

Os números projetam um raio de esperança após uma série de dados decepcionantes sobre a inflação, os investimentos e o comércio.

Diante da desaceleração econômica, as autoridades anunciaram nas últimas semanas uma série de medidas para estimular as atividades.

O governo chinês tem como meta um crescimento de 5% em 2024, um número que qualquer país ocidental invejaria, mas que está muito longe da expansão de dois dígitos que a economia chinesa registrou durante anos.

- "Direção correta" -

As medidas anunciadas provocaram euforia nos mercados em um primeiro momento, mas o otimismo diminuiu devido à falta de dados específicos sobre o valor que o governo investirá no estímulo.

Um dos principais problemas que a China enfrenta é a crise no setor imobiliário, que foi um motor econômico e agora acumula dívidas enormes.

"Pequim está tentando convencer com mais barulho que outra coisa sobre a estabilização do mercado imobiliário", comentou Stephen Innes, do SPI Asset Management.

"Mas sejamos honestos, o problema imobiliário chinês não é algo que pode ser resolvido com alguns discursos e medidas parciais", acrescentou Innes.

Nesta sexta-feira, o Banco Central chinês anunciou um programa direcionado a seguradoras e fundos de investimento.

O presidente da instituição, Pan Gongsheng, afirmou que uma nova redução no coeficiente de reservas obrigatórias (RRR) para os bancos pode ser anunciada até o final de 2024, para proporcionar maior margem de empréstimo.

Ao mesmo tempo, os principais bancos chineses anunciaram que "reduzirão as taxas de juros sobre os depósitos em yuanes", segundo a televisão pública CCTV. Esta é a segunda redução desde o início do ano.

Os anúncios recentes são passos "na direção certa", disse à AFP Benson Wu, economista especializado na China do Bank of America Global Research.

"Mas ainda restam pontos que devem ser esclarecidos antes de uma avaliação detalhada da eficácia destas políticas", acrescentou.

Para o analista Zhang Zhiwei, da Pinpoint Asset Management, a meta de Pequim de crescer ao redor de 5% em 2024 será "difícil de alcançar", a menos que a tendência seja revertida no final de 2024.

"Talvez tenhamos que esperar até novembro para saber mais, já que o resultado das eleições nos Estados Unidos é provavelmente um dos fatores que influenciam o pensamento político em Pequim", acrescentou em um comunicado.

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