A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, anunciou neste sábado (27), desde a Amazônia legal, um novo esforço de cooperação com os países da região para combater as atividades ilegais que contribuem para a destruição da maior floresta tropical do planeta.
A Iniciativa da Região Amazônica contra a Economia Ilegal "apoiará esforços para inibir crimes ambientais, especialmente aqueles que causam devastação na Amazônia", afirmou Yellen em Belém, no Pará, durante um encontro com ministros de países amazônicos no âmbito de um evento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O projeto unirá esforços dos Estados Unidos, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname, informou o Departamento do Tesouro em um comunicado.
"Globalmente, estima-se que os crimes ambientais gerem ganhos de centenas de bilhões de dólares a cada ano e isso frequentemente envolve o uso e abuso do sistema financeiro dos EUA", acrescentou Yellen, citada na nota oficial.
"Organizações criminosas e indivíduos são motivados por potenciais ganhos econômicos com a extração ilegal de plantas, minerais e vida selvagem. Esses crimes ameaçam o equilíbrio ecológico da floresta amazônica, o sustento das comunidades locais e as economias dos países", acrescentou a chefe do Tesouro.
A colaboração incluirá um maior compartilhamento de informações e treinamentos organizados pelos Estados Unidos para rastrear as rotas do dinheiro sujo e combater a lavagem de dinheiro, detalhou o Tesouro americano.
"Também consideraremos outras medidas, incluindo sanções, se for pertinente, para que os agentes criminosos sejam responsabilizados e suas atividades interrompidas", afirmou Yellen.
A Amazônia cobre quase 40% da América do Sul. No último século, perdeu cerca de 20% de sua superfície devido ao desmatamento, avanço da agricultura e pecuária, exploração madeireira e mineral e expansão urbana.
Belém, porta de entrada para a Amazônia, sediará a COP30 do clima em 2025.
Yellen esteve lá neste sábado para celebrar um ano do programa Amazônia Sempre, iniciativa do BID para atrair investimentos e impulsionar projetos ambientais.
Segundo disse esta semana à AFP Ilan Goldfajn, presidente do BID, existe uma "vontade política" para avançar na preservação da Amazônia e, em um ano, os recursos para projetos na região passaram de 1 bilhão (R$ 5,63 bilhões) para 4,2 bilhões de dólares (R$ 23,7 bilhões).
Antes de ir a Belém, Yellen participou na quinta e sexta-feira de uma reunião de ministros de Finanças do G20 no Rio de Janeiro. O grupo se comprometeu a "cooperar" para taxar os bilionários.