Navio sai do Canal do Panamá, na Cidade do Panamá, em 17 de junho de 2024
MARTIN BERNETTI
Navio sai do Canal do Panamá, na Cidade do Panamá, em 17 de junho de 2024
MARTIN BERNETTI

A Autoridade do Canal do Panamá (ACP) advertiu nesta quarta-feira (26) que a crise enfrentada por essa via interoceânica devido à seca não acabou, apesar de a maioria das restrições ao trânsito de navios já terem sido levantadas.

"A via aquática continua enfrentando o impacto da prolongada temporada seca, que limitou no ano passado a capacidade de travessias diárias do Canal. Apesar da chegada da temporada de chuvas, o problema hídrico do Panamá e seu Canal não termina", ressaltou a ACP.

"A crise hídrica é um lembrete de que as mudanças climáticas e seus efeitos são uma realidade que requer atenção imediata e ações concretas", acrescentou a operadora.

Ao contrário de outras vias, como o Canal de Suez, no Egito, o panamenho, por onde passa 6% do comércio marítimo mundial, funciona com água da chuva, que obtém dos lagos artificiais Gatún e Alhajuela.

Em 2023, o Canal do Panamá foi seriamente afetado pela seca causada pelo fenômeno El Niño. A situação obrigou a via, cujos principais usuários são Estados Unidos, China e Japão, a reduzir os cruzamentos diários de navios e a limitar o calado dos barcos, o que reduziu o trânsito de mercadorias.

O número de embarcações passou de uma média diária de até 38 navios para 22, enquanto o calado foi reduzido de 15,2 metros para 13,4.

Devido ao aumento das chuvas, o canal tem elevado o trânsito e o calado desde então. A ACP anunciou hoje que a partir de 5 de agosto poderão passar até 35 navios por dia, e em 11 de julho o calado será ampliado para 14,6 metros.

Para evitar novas crises, a ACP, uma entidade autônoma do governo, alertou para a necessidade de "identificar fontes alternativas de água" e desenvolver projetos para o seu armazenamento.

No ano fiscal de 2023, transitaram pela via panamenha 511 milhões de toneladas de carga, que geraram 3,34 bilhões de dólares (18,45 bilhões de reais) de receita.

    AFP

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