O CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, discursa durante a assembleia geral do grupo em Paris, em 24 de maio de 2024
Mehdi FEDOUACH
O CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, discursa durante a assembleia geral do grupo em Paris, em 24 de maio de 2024
Mehdi FEDOUACH

O Carrefour inaugurou nesta quinta-feira (20) o primeiro supermercado da sua rede brasileira Atacadão na França, ao nordeste de Paris, depois de uma primeira tentativa frustrada pela rejeição local.

O grupo francês anunciou em 2022 a chegada em 2023 desta rede especializada em produtos de baixo preço e grandes quantidades, muito popular no Brasil.

Mas a oposição local em Sevran, cidade inicialmente escolhida para a inauguração da rede na França, forçou o grupo a buscar uma alternativa, a cidade vizinha de Aulnay-sous-Bois.

Dezenas de pessoas compareceram à cerimônia de inauguração no centro comercial O'Parinor, perto do aeroporto de Le Bourget, incluindo o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard.

O executivo elogiou o "formato inédito" do supermercado, que se adapta às regiões e aos trabalhadores de baixa renda, com sua gama de produtos a preços não encontrados na França.

O supermercado oferece vendas no varejo e atacado. Também apresenta formatos de venda tradicionais e outros voltados para profissionais, como gerentes de restaurantes asiáticos e italianos, além de lotes com preços decrescentes.

"Esperamos gerar quase 30% das nosso faturamento com os profissionais que se beneficiarão de preços diferentes aos do público em geral", disse à AFP Noël Prioux, diretor executivo do Carrefour e responsável pelo projeto Atacadão.

Prioux destacou, no entanto, que a gama de produtos - entre 13.000 e 20.000, dependendo da época do ano - será diferente da oferecida no Brasil, onde são vendidos sobretudo produtos locais.

"Não tenho certeza se teremos produtos brasileiros. Além disso, também vendemos nossa marca própria, enquanto no Brasil isso não acontece", explicou o diretor.

- "Identidade francesa" -

O desaparecimento do Carrefour, em um cenário oferta cada vez maior de mercados do tipo "super desconto", foi um dos principais obstáculos para a presença do Atacadão em Sevran.

"Tivemos conversas com vários prefeitos, que se mostraram mais ou menos favoráveis após a recusa de Sevran", admitiu Noël Prioux.

Durante a cerimônia de inauguração, o CEO do Carrefour insistiu na presença de produtos frescos, uma padaria e um açougue para destacar a adaptação do Atacadão à "identidade francesa".

O Carrefour estabeleceu o prazo de "6 a 8 meses para ver se o modelo é bom", sem especificar objetivos de vendas, antes de considerar abrir outras lojas com este formato na França.

No entanto, Prioux garante que já foram identificadas cidades "nas quais poderia valer a pena se instalar".

Os sindicatos de distribuição criticaram o modelo social do novo formato. Em setembro, a central CFDT reportou a perda de 96 empregos, que o Carrefour disse terem sido realocados dentro do grupo.

Noël Prioux confirmou que a gestão da loja está sob responsabilidade da LabelVie, uma franquia que já instalou lojas com a marca Atacadão no Marrocos.

Ele destacou que a loja terá "entre 120 e 130 funcionários", ou seja, 50 a menos que um hipermercado tradicional de tamanho equivalente.

    AFP

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