O Canal do Panamá aumentará novamente o número de navios que transitam diariamente por suas águas, informaram nesta terça-feira (11) as autoridades da via marítima, que se aproxima gradualmente ao volume de embarcações que recebia antes de 2023, ano em que sofreu uma crise por escassez de água.
A Autoridade do Canal do Panamá (ACP) notificou às companhias de navegação que a partir de 22 de julho poderão passar até 34 navios por dia pela rota panamenha, cerca de cinco embarcações a menos que a média anterior à seca.
A medida foi tomada devido a uma maior disponibilidade de água "como consequência da chegada da temporada de chuvas", disse a ACP em um comunicado.
O Canal do Panamá, por onde passa 6% do comércio marítimo mundial, está se recuperando após sofrer em 2023 uma forte redução nos níveis de água devido à escassez de chuvas causada pelo fenômeno El Niño.
De uma média de 39 navios diários, a cifra chegou a ser reduzida para 22 no pior momento da crise, no final do ano passado.
Desde então, o canal tem aumentado o número de trânsitos graças a um incremento nos níveis de água nos lagos artificiais que abastecem a via para seu funcionamento.
Ao contrário do Canal de Suez, a via panamenha funciona com água da chuva obtida dos lagos Gatún e Alhajuela. Para cada barco que passa, são despejados cerca de 200 milhões de litros de água doce.
A administração também anunciou nesta terça-feira que, a partir de sábado, embarcações com até 14 metros (46 pés) de calado poderão usar a rota.
Em 2023, a via interoceânica, que pode oferecer um calado máximo de 15,2 metros (50 pés), chegou a reduzir a medida para 13,4 metros (44 pés).
As restrições no canal, cujos principais usuários são Estados Unidos, China e Japão, provocaram um menor trânsito de mercadorias através do país centro-americano.
No ano fiscal de 2023, transitaram pelo canal panamenho 14.080 navios com 511 milhões de toneladas de carga, ou seja, 159 barcos e 7 milhões de toneladas a menos que no exercício anterior.
No último ano fiscal, o Canal do Panamá, que contribui com 6% do Produto Interno Bruto do país, obteve uma receita de US$ 3,34 bilhões (R$ 17,87 bilhões) com pedágios e outros serviços.