A Argentina recebeu, nesta quinta-feira (2), a lista de medidas que deve implementar para integrar a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que inclui as maiores economias do mundo com regimes democráticos.
A chanceler argentina, Diana Mondino, recebeu o documento com as medidas das mãos do secretário-geral da OCDE, o australiano Mathias Cormann, durante uma cerimônia realizada na sede da organização, em Paris.
"O processo se acelerou muito significativamente nos últimos quatro meses (...) Agora o trabalho começa a sério", disse Mondino aos repórteres, especificando que a Argentina estabelecerá "suas próprias políticas" com base no aconselhamento.
A Argentina manifestou em 2016, durante a presidência do liberal Mauricio Macri, o desejo de aderir à OCDE, que decidiu seis anos depois iniciar o processo de discussões com este país, assim como com Brasil, Peru, Bulgária, Croácia e Romênia.
Ao contrário dos países restantes, não recebeu o documento para a sua adesão em junho de 2022, apesar das "conversas positivas", segundo Cormann, com a então Argentina presidida pelo peronista Alberto Fernández.
Mondino recebeu nesta quinta-feira o documento que estabelece as modalidades e condições de adesão. A OCDE realizará análises em áreas como o comércio, o investimento, a luta contra a corrupção e a mudança climática.
"Trata-se de trabalhar com todos os padrões e melhores práticas da OCDE para ajudar a Argentina a melhorar seu crescimento econômico e a vida de seu povo", disse Cormann, que saudou "um momento histórico".
O avanço no processo de adesão ocorre dois dias depois que o governo argentino obteve aprovação parlamentar para uma série polêmica de reformas para desregulamentar a economia e um pacote fiscal, que agora será debatido pelo Senado.
A política econômica do presidente ultraliberal Javier Milei e seus esforços para reduzir a inflação também receberam o apoio da economista-chefe da OCDE, Clare Lombardelli, nesta quinta-feira, durante a apresentação das perspectivas econômicas da organização.
"O governo está agora adotando uma política fiscal e monetária muito restritiva para controlar a inflação. É a coisa certa a fazer, mas levará tempo para dar resultado", disse Lombardelli.
Quatro países latino-americanos – Chile, Costa Rica, Colômbia e México – já fazem parte da organização fundada em 1961 e cujos 38 membros representam cerca de 80% do comércio e dos investimentos globais.