O presidente do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, em Washington em 6 de dezembro de 2023
Saul Loeb
O presidente do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, em Washington em 6 de dezembro de 2023
SAUL LOEB

A temporada de resultados trimestrais das empresas começou nesta sexta-feira (12) nos Estados Unidos com dados do setor bancário e de investimentos acima das previsões do mercado, embora persista a preocupação com o aumento da inflação.

O banco JPMorgan Chase anunciou resultados melhores que os esperados pelo mercado no primeiro trimestre do ano, graças às comissões recebidas na gestão de ativos e na sua seção de banca de investimentos.

Nos primeiros três meses do ano, o JPMorgan Chase registrou um aumento de 9% no seu volume de negócios, para 41,93 bilhões de dólares (212,8 bilhões de reais), e um aumento de 6% no seu lucro líquido, para 12,42 bilhões de dólares (63 bilhões de reais), informou em um comunicado.

A cifra supera as previsões dos analistas, que esperavam respectivamente 41,69 bilhões e 12,18 bilhões de dólares (211 bilhões e 61,8 bilhões de reais). Por ação, o lucro líquido é de 4,44 dólares (22,53 reais), acima do consenso de mercado de 4,25 dólares (21,57 reais).

O seu presidente, Jamie Dimon, alertou que para o futuro o banco se mantém alerta a "um grande número de pressões inflacionárias persistentes, que poderão continuar".

- Recorde de ativos -

A gigante BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, se beneficiou do avanço dos mercados no primeiro trimestre, o que lhe permitiu atingir um recorde no volume de ativos administrados e um aumento de 36% no seu lucro líquido.

"Vemos um potencial de crescimento significativo nos setores de infraestrutura, tecnologia, pensões e soluções de gestão de portfólio", resumiu Larry Fink, presidente do grupo, em comunicado.

Em 31 de março, a BlackRock administrava 10,5 trilhões de dólares (53,2 trilhões de reais) em ativos, 15% a mais que no ano anterior e um volume recorde.

O seu volume de negócios no primeiro trimestre do ano atingiu 4,37 bilhões de dólares (22,18 bilhões de reais) (+11,55% face ao mesmo trimestre de 2023) com lucros líquidos de 1,57 bilhão de dólares (7,9 bilhões de reais) (+35,3%). Por ação, o lucro situa-se em 10,48 dólares (53,19 reais), ante os 9,39 dólares (47,66 reais) esperados pelo mercado.

- Piores resultados, mas expectativas superadas -

O Wells Fargo teve resultados acima das expectativas do mercado no primeiro trimestre graças à sua atividade de investimento, que compensou um enfraquecimento do seu ramo varejista.

O lucro líquido foi de 4,6 bilhões de dólares (23,3 bilhões de reais) no período considerado, menos 7% do que há um ano, segundo um comunicado publicado nesta sexta-feira. Isso representa um lucro líquido de 1,20 dólar (6,09 reais) por ação, mas está acima do valor de 1,09 dólar (5,53 reais) previsto pelos analistas.

O faturamento, por sua vez, atingiu 20,8 bilhões de dólares (105,5 bilhões de reais), 0,6% melhor que no mesmo trimestre de 2023 e também acima dos 20,2 bilhões de dólares (102,5 bilhões de reais) esperados pelo mercado.

O Citigroup publicou resultados piores do que há um ano, devido em particular a um aumento significativo nas suas provisões para enfrentar os empréstimos não pagos, mas os números também ficaram acima do que os analistas previam.

O lucro líquido do trimestre foi de 3,3 bilhões de dólares (16,7 bilhões de reais), 27% menor que no mesmo período de 2023. Por ação, foi de 1,58 dólar (8 reais), muito acima do esperado pelos analistas que previam 1,23 dólar (6,24 reais).

O banco aumentou as suas reservas em 74% para enfrentar a inadimplência, particularmente de cartões de crédito, segundo o seu comunicado.

O seu volume de negócios caiu 2% para 21,1 bilhões de dólares (107,1 bilhões de reais), acima dos 20,4 bilhões de dólares (103,5 bilhões de reais) anunciados pelos analistas.

O diretor financeiro do Citigroup, Mark Mason, disse que embora "haja muitos riscos por aí", a economia global é geralmente "resiliente", com consumidores saudáveis e uma inflação que está “se movendo na direção desejada pelos bancos centrais".

De todo modo, a sua preocupação, juntamente com os riscos geopolíticos, "é com a inflação" e as taxas de juros, disse ele em uma teleconferência com jornalistas.

Na próxima semana, Goldman Sachs, Morgan Stanley e Bank of America publicarão seus resultados.

    AFP

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