As ações da Pop Mart , fabricante chinesa de brinquedos colecionáveis "Labubu", registraram forte queda nesta semana em meio a preocupações sobre a procura por seus produtos e movimentos de realização de lucro após a entrada da empresa em dois importantes índices de Hong Kong.
Os papéis, listados na bolsa local, recuaram 8,9%, a maior desvalorização em cinco meses, logo após a inclusão no Índice Hang Seng e no Hang Seng China Enterprises. A desconfiança em relação ao futuro da companhia cresceu desde o lançamento de uma versão mini do boneco Labubu no fim do mês passado, acompanhada de sinais de enfraquecimento no mercado secundário.
Analistas e operadores apontam que parte da pressão vem de investidores que decidiram vender suas posições para aproveitar a valorização acumulada antes da estreia nos índices. O movimento resultou em recorde de operações de venda a descoberto na sexta-feira, indicando mudança abrupta no sentimento de mercado.
“Os preços dos produtos da Pop Mart, como o Labubu, vêm caindo no mercado secundário devido ao reabastecimento e ao arrefecimento da demanda por certas linhas” , explicou Jeff Zhang, analista da Morningstar.
Segundo ele, críticas recentes à qualidade das novas séries também pressionam a empresa, que precisará responder rapidamente.
De acordo com a plataforma Qiandao, especializada em revenda de brinquedos, os bonecos da terceira geração recuaram 4% em apenas três dias, enquanto os das primeiras edições se mantiveram estáveis. Já o preço médio do mini Labubu caiu 6 yuans (cerca de R$ 4,86) na última semana, ficando em 105 yuans, segundo dados da Xianyu, marketplace de segunda mão do Alibaba.
Apesar da turbulência, a Pop Mart, com sede em Pequim, ainda é considerada uma das estrelas do consumo chinês. Nos últimos 12 meses, suas ações acumularam alta superior a 220%, levando o valor de mercado a HK$ 388 bilhões (R$ 266.209.650.000) e transformando seu fundador em um dos mais jovens bilionários da China.
O sucesso dos bonecos Labubu se apoia no modelo de vendas com caixas-surpresa, que estimulam o colecionismo. A febre conquistou fãs globais e até celebridades como Brad Pitt e Lisa, do grupo Blackpink. Com distribuição exclusiva em lojas próprias, a estratégia empurra colecionadores ao mercado paralelo sempre que os lançamentos esgotam.