iFood anuncia uma série de novas mudanças
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iFood anuncia uma série de novas mudanças

O iFood anunciou, nesta terça-feira (29), um reajuste de até 15,3% nas taxas pagas aos entregadores.  A partir do dia 1º de junho, a taxa mínima paga para entregas de carro e moto será de R$ 7,50. Para os que usam bicicleta, o valor será R$ 7,00. Apesar da mudança nas taxas mínimas de delivery, o preço por km percorrido continua R$ 1,50. A informação foi confirmada pela empresa ao Portal iG.

O valor anunciado pela empresa continua abaixo da taxa mínima de R$ 10 reivindicada pelos trabalhadores na paralisação em março, quando foram às ruas para pedir melhores condições de trabalho. Segundo o iFood, o reajuste está relacionado ao acúmulo da inflação, e não aos protestos.

"Ano a ano, fazendo um aumento no ganho do entregador, seja aumentando taxas. Desde 2022, estamos, ano a ano, fazendo isso. É fundamental que a gente tenha o incremento do ganho do entregador para que ela tenha poder de compra", diz Johnny Borges, diretor de Impacto Social do iFood.

Além das novas taxas, o iFood fez mudanças na cobertura de seguro social, como o aumento da Diária de Incapacidade Temporária (DIT) de 7 para 30 dias e a elevação da indenização por morte ou invalidez total, que passou de R$ 100 mil para R$ 120 mil.

"As mulheres contam com coberturas adicionais, incluindo auxílio em casos
de diagnóstico de câncer de mama ou útero, auxílio à gestação, licença para
cuidados com filhos com problemas de saúde e um valor anual voltado ao
bem-estar e autocuidado", diz o comunicado da empresa.

Foi adicionado, ainda, que as mudanças nos benefícios e na remuneração dos entregadores não devem afetar os valores cobrados de clientes e restaurantes parceiros.

Reivindicações não atendidas

Não foi só a taxa mínima de R$ 10 que ficou de fora do reajuste do iFood. Outros pedidos dos entregadores também não foram atendidos, como o limite de um raio máximo de até 3 km para os pedidos entregues de bicicleta, o aumento do valor por quilômetro rodado para R$ 2,50 e o pagamento integral da taxa por cada pedido, mesmo são entregas agrupadas na mesma rota.

No comunicado, a empresa diz que embora o limite atual para entregas de bicicleta seja de 4 km, a distância média percorrida pelos entregadores dessa categoria é de 3 km.

Quanto às entregas agrupadas, o iFood paga um acréscimo de R$ 3, além de uma taxa adicional por quilômetro rodado. Com isso, se o entregador realizar duas entregas na mesma rua e fizer um percurso de 2 km entre as residências, ele recebe R$ 3 adicionais, mais duas vezes o valor de R$ 1,50 por quilômetro. Segundo Johnny Borges, subir a taxa mínima gera um impacto maior para os entregadores do que um eventual aumento no valor pago por quilômetro rodado.

Ele também afirma que pagar o valor integral de R$ 7,50 por pedido nas entregas agrupadas não é viável atualmente, pois os custos logísticos do iFood superam o que é arrecadado com as taxas de entrega.

Borges acrescenta que, na prática, a maioria das entregas não ocorre de forma agrupada, já que o entregador costuma sair de um restaurante, finalizar a entrega, e só então se dirigir a um novo ponto de retirada. Essa lógica, no entanto, pode variar conforme a região.

 "O que o cliente paga em taxa de entrega é repassado ao ecossistema dos entregadores, porque há muitas corridas em que o cliente não paga taxa de entrega. Então, eu olho para o ecossistema inteiro e vou fazendo as taxas de pagamento dos entregadores. A operação logística é mais cara do que o valor cobrado em taxas de entrega. O nosso modelo de negócio está na parceria que a gente tem com o restaurante, não na taxa de entrega. Poderíamos pensar nos R$ 10 reais, mas afetariam todo o sistema, incluindo restaurantes e clientes", diz o diretor de Impacto Social.

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