
A Forever 21, varejista de moda rápida que por décadas foi sinônimo de roupas acessíveis e tendências para jovens, entrou com pedido de falência pela segunda vez em menos de seis anos. A operadora americana da marca, F21 OpCo, anunciou no domingo (16) que deu início a um processo no Tribunal de Falências de Delaware, marcando o que pode ser o capítulo final de suas operações nos Estados Unidos.
A empresa citou a intensa concorrência de rivais online, como Shein e Temu, além de custos crescentes e a queda no tráfego em shoppings, como os principais motivos para a crise.
Fundada em 1984 em Los Angeles por imigrantes sul-coreanos, a Forever 21 revolucionou o mercado de fast fashion ao oferecer peças modernas a preços baixos, atraindo especialmente adolescentes e jovens adultos.
Em seu auge, por volta de 2016, a rede operava cerca de 800 lojas globalmente e registrava vendas anuais superiores a 4 bilhões de dólares. No entanto, a ascensão do comércio eletrônico e mudanças nos hábitos de consumo começaram a erodir seu modelo de negócios baseado em grandes lojas físicas em shoppings.
A primeira falência, em 2019, já havia sido um golpe duro. Na ocasião, a empresa fechou mais de 150 de suas 534 lojas nos EUA e foi adquirida por um consórcio formado pela Authentic Brands Group e pelos operadores de shoppings Simon Property Group e Brookfield Asset Management, sob a joint venture Sparc Group.
Apesar de uma breve recuperação em 2021, quando gerou 2 bilhões de dólares em receita, os desafios persistiram. Nos últimos três anos, a Forever 21 acumulou prejuízos superiores a 400 milhões de dólares, incluindo 150 milhões apenas em 2024, segundo documentos judiciais.
A empresa aponta a concorrência desleal de gigantes do e-commerce como Shein e Temu como um fator decisivo.
Essas plataformas, baseadas na China, utilizam a isenção “de minimis” nos EUA — que permite a importação de pacotes de baixo valor sem tarifas — para oferecer preços imbatíveis, algo que a Forever 21, com suas lojas físicas caras de manter, não conseguiu igualar.
“Não encontramos um caminho sustentável diante dessa competição”, declarou Brad Sell, diretor financeiro da F21 OpCo, em comunicado.
Operação continuará
Por enquanto, as 350 lojas restantes nos EUA e o site da marca continuarão operando, enquanto a empresa busca um comprador para seus ativos, avaliados entre 100 e 500 milhões de dólares.
Caso não haja interessados, a liquidação total é iminente, com vendas de encerramento já planejadas. Fora dos EUA, as operações internacionais, geridas por outros licenciados, não serão afetadas.