Mudanças climáticas foram um dos fatores para aumentar preços dos alimentos
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Mudanças climáticas foram um dos fatores para aumentar preços dos alimentos

A alta nos preços dos alimentos no Brasil tem causado grande preocupação, tanto para a população quanto para o governo, Recentemente, o presidente Lula convocou uma reunião com os ministros para discutir o tema.

A razão para os preços dos alimentos estarem pesando no bolso do consumidor é multifatorial. Segundo Marcello Marin, contador, administrador, mestre em Governança Corporativa e especialista em Recuperação Judicial,  em entrevista ao portal iG, os problemas climáticos, como secas prolongadas, calor extremo e chuvas excessivas, impactaram diretamente as safras e o manejo do gado, reduzindo a oferta de produtos no mercado.

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“Somado a isso, a questão do dólar alto, que faz com que produtores prefiram vender seu produto para outros países e receber em dólar ao invés de vender no mercado interno, com esse combo de coisas, os alimentos sofrem um impacto grande da inflação”, explica.

O administrador destaca que o câmbio impacta no preço dos alimentos, pois com o dólar forte, os produtores têm a opção de vender em dólar, e muitas vezes ao vender no mercado local. “Eles querem ser remunerados na mesma quantia de que se fossem vender para outros países”, analisa.

Brasil x EUA

O economista Geraldo Almeida, em entrevista ao portal iG,  aponta que a relação econômica entre o Brasil e os Estados Unidos afeta a estabilidade do mercado. "Você tem muita questão da incerteza dos Estados Unidos. O Brasil é um parceiro econômico de relevância. Inclusive, os EUA têm superávit com o Brasil. Tem muita incerteza no que o presidente Donald Trump vai fazer. Ele está prometendo muita coisa. Inclusive, desdenhou nosso país, dizendo que dependemos mais deles do que eles de nós. Isso é errado, porque eles ganham mais com a gente do que nós vendemos para eles", critica Almeida. 

Problemas internos


Além desses fatores, Marcello Marin destaca que a falta de controle fiscal do governo agrava ainda mais a situação.

Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, em um vídeo gravado na Horta do Torto, que o aumento nos preços dos alimentos está relacionado à economia aquecida, o que tem pressionado a inflação. 

Marin vê essa análise como superficial. Ele critica a reforma fiscal e os pacotes de corte de gastos que, segundo ele, não foram acompanhados de um planejamento eficaz para equilibrar receitas e despesas.

“A fala do presidente é populista, a economia está impacta por conta de tantas coisas que o próprio governo está fazendo, a reforma fiscal está complexa, o pacote de corte de gastos, também cortou receita, o governo não consegue segurar a inflação por conta da falta de controle de suas próprias contas”, comenta.

Já Almeida também reforçou que os gastos do governo, junto com a incerteza do mercado externo e a inflação fugindo da meta estabelecida pelo Banco Central podem fazer com que os juros também aumentem, impactando alguns setores da economia.

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“Expectativa é agora em janeiro é que a taxa Selic suba 1 pp e em março mais 1. Terminando no meio do ano com uma taxa de juros de 15%”, prevê o economista.

Segundo Marin, para que a economia melhore num todo, é preciso que o governo ajuste as suas contas.

“O problema hoje é que o governo há muito tempo vem gastando mais do que arrecada, dessa maneira a dívida cresce e a economia é impactada, e o bolso do brasileiro quem sofre”, diz.



Produtos que mais sofreram aumento

Entre os produtos que mais sofreram com a inflação estão a carne e o café, que tiveram aumentos expressivos em 2024 e devem continuar subindo em 2025. Marin alerta que o impacto sobre esses itens é significativo e sugere que, diante do cenário atual, a população busque alternativas mais econômicas.

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"Infelizmente, o estrago já está feito. Para enfrentar essa inflação, as famílias terão de substituir alimentos mais caros por opções mais baratas, como ovos, frango e carne suína", sugere.  

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