Café deve seguir tendência de alta em 2025
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Café deve seguir tendência de alta em 2025

O ano de 2025 deve ser desafiador para o bolso dos brasileiros, com a inflação e a cotação do dólar apresentando perspectivas de alta. A expectativa do mercado financeiro é de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – o indicador oficial da inflação no país – termine o ano com uma alta de 4,99%, acima dos 4,83% marcados em 2024.

"O ano de 2025 deve ser muito difícil economicamente. No caso de produtos agrícolas, a oferta não é ampliada de uma hora para outra, e como as altas da Selic levam alguma defasagem de tempo até desaquecer a economia, lá pelo segundo ou terceiro trimestre, ainda devemos ter oferta menor do que demanda e, com isso, os preços continuarão altos", analisa Fernando Agra, Consultor de Finanças Pessoais e Investimentos.

No ano que passou, itens como gasolina, café e azeite de oliva impulsionaram o aumento do custo de vida. A gasolina teve uma elevação de 9,71%, e o café, um aumento impressionante de 39,6%, além de outros itens como carne (20,84%) e leite longa vida (18,83%), que pesaram no orçamento dos consumidores.

E em 2025, o que deve ficar mais caro e impactar ainda mais os preços no mercado?

Entre os produtos que devem continuar a subir, o café, que já está amargo para os consumidores, deve seguir em alta devido a fatores como a seca, altas temperaturas e uma produção prejudicada, além de uma safra reduzida em outros países. O cenário de oferta restrita e dólar mais alto também pode gerar aumentos de preços entre 4,5% e 11% em produtos como café, frango, ovos e óleo de soja.

O mercado de carnes, que já registrou altas em 2024, deve seguir com reajustes expressivos, com a previsão de um aumento de até 16,1% no preço das carnes em 2025. Esse seria o maior aumento nos últimos cinco anos, com base na baixa oferta de gado para abate e no aumento da demanda interna e externa. A arroba do boi gordo, que chegou a R$ 300 em outubro de 2024, reflete essa alta.

Outro item a ser observado são as frutas, com previsão de aumento de 10,1% em 2025. A alta é puxada principalmente pela laranja, que enfrenta dificuldades devido à doença greening, que afetou a produção de cítricos e dificultou a recuperação dos pomares.

Agra ressalta que, sobretudo por esse itens seres coommodities, ou seja, negociadas em Bolsa de Valores e cotadas em dólar, as perspectivas de manutenção do dólar alto são grandes, devido às incertezas domésticas (pacote fiscal, principalmente) e internacionais (vitória de Trump nos EUA, desaquecimento de grande economias europeias, entre outros).

"Além de que a economia brasileira continua com correto aquecimento e nível mais baixo de desemprego. Esses produtos também tiveram sua oferta doméstica reduzida por diversos fatores, como o clima adverso, seca durante parte do ano, entressafra e o próprio dólar alto, que estimula exportações e torna o custo das importações dos insumos mais caras", afirma.

Por outro lado, alguns alimentos in natura, como arroz e feijão, podem ficar mais baratos, já que a previsão para 2025 é de um ano sem grandes fenômenos climáticos, como o  El Niño ou La Niña, que impactaram a produção agrícola em 2024.

No setor de combustíveis, a Petrobras começará o ano com preços defasados em relação ao mercado internacional. A diferença de preços, que chega a 16% para o diesel e 12% para a gasolina, pode gerar pressões por reajustes, uma vez que o dólar se manteve alto no final de 2024, ampliando a defasagem e pressionando a estatal por reajustes.

2025 promete ser um ano de altos e baixos para os consumidores. Enquanto alguns alimentos, como arroz e feijão, devem aliviar o bolso, itens como café, carne, frutas e combustíveis tendem a pesar cada vez mais na inflação e no orçamento das famílias brasileiras.

"É importante o consumidor ter um bom planejamento, com um orçamento doméstico organizado, combater todo tipo de desperdício, economizar e procurar substitutos no que for possível. Ainda tem a questão dos preços da gasolina, que dependem tanto do câmbio quanto da cotação no mercado internacional, que se manteve até estável em 2024, mas não sabemos exatamente como será em 2025, pois ainda temos os conflitos internacionais que podem trazer incertezas para o mercado", finaliza Agra.

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