O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (20), atingindo a casa dos R$ 6,06 após mais um dia de leilões realizados pelo Banco Central (BC) para aumentar a oferta da moeda no país e conter a desvalorização do real. Hoje, o BC colocou mais US$ 7 bilhões à venda.
A moeda abriu em queda nesta sexta, chegando a R$ 6,0578.
A queda também acontece em meio a comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Gabriel Galípolo, que assumirá a presidência do Banco Central nesta tarde.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Lula reforçou o compromisso do governo com a independência da autoridade monetária. O presidente destacou que a gestão do Banco Central será conduzida sem interferências externas, garantindo a autonomia da instituição.
Na abertura dos negócios desta sexta, a oferta resultou na venda de US$ 3 bilhões à vista, com as outras negociações previstas para as próximas horas. No momento da negociação, o dólar operava em queda de 0,66%, a R$ 6,082
A moeda passa por uma sequência de fortes altas, e chegou à casa dos R$ 6,30 na quinta (19). Como medidar de frear a alta, o Banco Central colocou US$ 8 bilhões em leilão . O dólar recuou e fechou o dia aos R$ 6,1216.
Novos leilões
Nesta sexta, com a expectativa de mais US$ 7 bilhões à venda, a moeda, às 9h30, operava em queda de 0,96%, cotado a R$ 6,0638. Serão US$ 4 bilhões em leilão de linha (em que o valor será recomprado pelo BC no futuro) e mais US$ 3 bilhões em leilão à vista (em que o valor não volta para o caixa da instituição).
Desde o dia 12, a instituição colocou à venda quase US$ 28 bilhões. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse em coletiva de imprensa nesta quinta (19) que houve uma saída extraordinária de recursos do país neste fim de ano e, por isso, a instituição resolveu intervir com leilões de venda de dólares.
Impacto do pacote de corte de gastos
O mercado contina de olho no pacote de corte de gastos, com a tramitação dos projetos do governo federal no Congresso Nacional. Investidores acompanham de perto o desenrolar das propostas.
Ainda na quinta, a Câmara dos Deputados aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria novas regras para o abono salarial e prorroga a desvinculação de receitas da União, que libera recursos que estavam alocados em outras áreas.
Os deputados excluíram um trecho que tratava do Benefício de Prestação Continuada (BPC), o tema será discutido separadamente. o texto seguirá para o Senado.