O dólar alcançou nesta quarta-feira (18) o maior valor de fechamento da história , subindo 2,82% e encerrando o dia a R$ 6,2672. Durante o pregão, a moeda chegou a atingir R$ 6,2707, marcando um recorde de cotação intradiária.
Diante do cenário, o Banco Central anunciou que realizará uma nova intervenção no mercado nesta quinta-feira (19), com a oferta de US$ 3 bilhões no mercado à vista às 9h15.
As operações do BC somam US$ 12,7 bilhões apenas nesta semana. Ontem, o órgão já havia injetado US$ 3,2 bilhões no mercado à vista para tentar conter a escalada da moeda norte-americana.
O mercado segue atento à tramitação do pacote fiscal do governo federal no Congresso, que inclui medidas como mudanças na regra do salário mínimo e no abono salarial. O texto-base de uma das propostas foi aprovado ontem, mas analistas avaliam que os avanços ainda não são suficientes para conter a desconfiança dos investidores.
Haddad cita movimentos especulativos
De acordo com o jornal O Globo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atribuiu parte da volatilidade cambial a especulações do mercado. “Nós temos um câmbio flutuante e, neste momento em que as coisas estão pendentes, há um clima de incerteza que faz o câmbio flutuar. Mas eu acredito que ele vai se acomodar”, afirmou Haddad.
Haddad também comentou que movimentos especulativos podem estar influenciando o câmbio, embora tenha evitado fazer julgamentos. “Pode estar havendo [especulação], mas prefiro trabalhar com os fundamentos mostrando a consistência do que estamos fazendo. Esses movimentos mais especulativos são coibidos com intervenção do Tesouro e do Banco Central’, ressaltou o ministro da Fazenda.
Corte de juros nos EUA
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve anunciou uma nova redução na taxa básica de juros, cortando 0,25 ponto percentual, para o intervalo de 4,25% a 4,5%. Essa decisão também impactou a cotação do dólar no cenário internacional.
A coletiva de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell, é aguardada para fornecer pistas sobre a política monetária em 2025 e a continuidade dos cortes de juros.
Enquanto isso, o mercado brasileiro segue pressionado pela incerteza fiscal e pelas dúvidas quanto à capacidade do governo de executar medidas robustas para equilibrar as contas públicas.