A Polícia Federal (PF) resgatou 15 trabalhadores que viviam sob condições análogas à escravidão em uma fazenda localizada no Pantanal Sul-Mato-Grossense . Segundo a corporação, as denúncias que levaram à investigação relataram graves violações de direitos, como privação de água potável, alimentação insuficiente e impedimento de deixar o local.
A PF deflagrou a operação em parceria com o Ministério Público do Trabalho e a Polícia Militar do MS. De acordo com o órgão, a fazenda está localizada em uma região remota e de difícil acesso, alcançada após três dias de viagem de barco.
A operação aconteceu na terça-feira (26), mas o caso só foi divulgado neste domingo (1º).
Condições "desumanas"
As instituições envolvidas na operação classificaram as condições no local como “desumanas”. De acordo com a PF, a água disponível era suja e imprópria para consumo, enquanto a alimentação fornecida semanalmente pelos empregadores era insuficiente. Com isso, os funcionários mantidos no local caçavam para completar as refeições.
Além disso, os trabalhadores não podiam deixar a fazenda entre turnos. Com isso, ficavam em alojamentos improvisados com lonas, sem proteção contra animais ou condições climáticas adversas. A PF também descobriu que não havia instalações sanitárias ou água para banho.
A operação descobriu que os trabalhadores não denunciavam a situação porque eram ameaçados.
Após o resgate, as vítimas estão recebendo acompanhamento e suporte para restabelecer seus direitos trabalhistas e sociais.
"Os empregadores responderão pelas sanções administrativas e trabalhistas cabíveis, sem prejuízo de sua responsabilização criminal pelo crime de redução a condição análoga à escravidão", expõe a PF.