A DBGG ( Dívida Bruta do Governo Geral ) chegou a R$ 9 trilhões em outubro de 2024, representando 78,6% do PIB (Produto Interno Bruto), de acordo com o relatório de estatísticas fiscais do Banco Central divulgados na última sexta-feira (29). O valor é o mais alto já registrado na série histórica, iniciada em 2006.
Desde o início do atual governo, o aumento da dívida bruta foi de R$ 1,8 trilhão. Apenas em 2024, o crescimento acumulado é de R$ 952,6 bilhões.
Comparando os meses de setembro e outubro deste ano, houve um acréscimo de 0,4 ponto percentual (p.p.) em relação ao PIB. No acumulado de 2024, a elevação já chega a 4,2 p.p.
Diversos fatores influenciaram o aumento da dívida ao longo do ano. Os juros nominais contribuíram com 0,7 p.p. em outubro e 6,3 p.p. no acumulado anual.
A desvalorização cambial teve impacto de 0,3 p.p. no mês e 0,7 p.p. no ano. Por outro lado, o resgate líquido de dívidas contribuiu para reduzir o índice em 0,1 p.p. em outubro.
No entanto, outros fatores pressionaram a alta da dívida no ano, como a emissão líquida de dívidas (1,1 p.p.) e o reconhecimento de dívidas (0,2 p.p.).
O crescimento do PIB nominal ajudou a aliviar a relação dívida/PIB, com impacto de -0,5 p.p. em outubro e -4,1 p.p. no acumulado de 2024.
O que é a dívida bruta?
A dívida bruta de um país é o total de obrigações financeiras do setor público, incluindo o governo federal, estados, municípios e empresas estatais.
No caso do Brasil, a dívida bruta abrange, principalmente, títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, empréstimos contraídos por entes públicos e passivos com bancos e organismos internacionais.
Como a dívida bruta afeta o Brasil
Quanto maior a dívida, maior o risco percebido pelos credores, o que pode elevar os juros cobrados nos financiamentos. Isso aumenta o custo para o governo, limitando recursos para investimentos em áreas como saúde, educação e infraestrutura.
Segundo especialistas, a percepção de que a dívida está fora de controle pode reduzir a confiança dos investidores, tanto nacionais quanto estrangeiros. Isso pode gerar fuga de capitais, desvalorização do real e aumento da inflação.
O pagamento de juros da dívida (chamado serviço da dívida) consome boa parte do orçamento. No Brasil, essa despesa frequentemente compete com outras áreas prioritárias.