Presidente do Fed, Jerome Powell, destacou que a economia americana mantém crescimento sólido
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Presidente do Fed, Jerome Powell, destacou que a economia americana mantém crescimento sólido

O Federal Reserve ( Fed ), banco central dos Estados Unidos , anunciou nesta quinta-feira (7) um novo corte nos juros, ajustando a taxa para o intervalo de 4,50% a 4,75% — uma redução de 0,25 ponto percentual (p.p.). 

A decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto ( Fomc ) acompanha as expectativas do mercado e reflete um ajuste mais leve em relação ao último corte, de 0,50 p.p., feito após quatro anos de estabilidade nas taxas.

Em coletiva de imprensa, o presidente do Fed , Jerome Powell , destacou que a economia americana mantém crescimento sólido, apesar da inflação estar em níveis superiores à meta de 2%. Powell afirmou que o Fed seguirá monitorando indicadores econômicos para ajustar as políticas futuras: 

"Em dezembro e em todas as reuniões, analisaremos novos dados para avaliar o impacto na economia. Queremos equilibrar o mercado de trabalho e avançar na queda da inflação", disse.

O cenário econômico ganha um novo componente de incerteza com a recente eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. A postura protecionista e o plano econômico conservador do republicano — incluindo a elevação de tarifas sobre importados e promessas de corte de impostos — geram preocupações entre economistas sobre possíveis pressões inflacionárias, que podem forçar o Fed a manter juros mais altos. 

"As perspectivas econômicas são incertas, e o comitê está atento aos riscos", afirmou o Fomc em nota.

Questionado sobre o impacto das políticas de Trump, Powell preferiu não opinar, mas foi enfático ao lembrar que a lei não permite que o presidente demita o chefe do Fed: 

"Não é permitido por lei que um presidente destitua um governador do Fed", afirmou.

Efeitos no Brasil

A decisão do Fed ocorre logo após o  Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil elevar a taxa Selic em 0,50 p.p., para 11,25% ao ano, a maior alta desde 2022. 

O Copom destacou as incertezas fiscais no Brasil e a influência das políticas econômicas dos EUA sobre o cenário brasileiro. Em nota, o Copom alertou:

"O ambiente externo permanece desafiador, especialmente pela conjuntura econômica americana, que traz dúvidas sobre os ritmos de desaceleração e desinflação", disse.

Para o Brasil, a manutenção de juros elevados nos Estados Unidos pode atrair mais investidores ao mercado americano, diminuindo o fluxo de investimentos para economias emergentes e pressionando o câmbio. A alta do dólar frente ao real tende a impactar a inflação brasileira, reforçando a necessidade de ajustes na Selic para manter a estabilidade econômica no país.

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