Alterações incluem aumento no valor de entrada e limite de financiamento de até R$ 1,5 milhão
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Alterações incluem aumento no valor de entrada e limite de financiamento de até R$ 1,5 milhão

A partir da próxima sexta-feira (1º), a Caixa Econômica Federal implementará mudanças nas regras para os financiamentos de imóveis com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). As novas diretrizes incluem aumento no valor de entrada exigido dos compradores e limites no valor dos imóveis financiados.

Anunciadas em meados de outubro, essas alterações surgem em resposta à crescente demanda por imóveis e ao aumento de saques na caderneta de poupança, que é a principal fonte de recursos utilizados pela Caixa para esses empréstimos.

A partir da nova regra, o financiamento da compra ou construção de imóveis estará limitado a R$ 1,5 milhão. Além disso, os clientes não poderão ter outros financiamentos habitacionais ativos com a Caixa.

Como era antes?

Até o fim deste mês, não havia limites para os financiamentos do SBPE, e os clientes podiam ter múltiplos contratos ativos com a Caixa.

A Caixa também reduziu as cotas de financiamento. Agora, no Sistema de Amortização Constante (SAC), o banco financiará até 70% do valor do imóvel, em comparação com os 80% permitidos anteriormente. No sistema Price, a nova cota será de até 50%, reduzida dos 70% anteriores.

Essas mudanças exigem que os compradores façam um aporte maior de entrada. Por exemplo, para um imóvel avaliado em R$ 800 mil:

Modelo SAC:

  • Anterior: Financiamento de R$ 640 mil (80%), com entrada de R$ 160 mil (20%).
  • Novo: Financiamento de R$ 560 mil (70%), exigindo uma entrada de R$ 240 mil (30%).

Modelo Price:

  • Anterior: Financiamento de R$ 560 mil (70%), com entrada de R$ 240 mil (30%).
  • Novo: Financiamento de R$ 400 mil (50%), com entrada de R$ 400 mil (50%).

As novas regras não se aplicarão a unidades habitacionais vinculadas a empreendimentos já financiados pelo banco, que continuarão com as condições anteriores.

De acordo com a Caixa, as novas regras não têm prazo definido e poderão se tornar permanentes. Clientes com financiamentos já em andamento não serão afetados pelas novas condições.

As alterações visam adequar a oferta de crédito às crescentes retiradas da caderneta de poupança, que registrou em setembro o maior volume de saques líquidos do ano, totalizando R$ 7,1 bilhões. A Caixa, que detém quase 70% do mercado de crédito habitacional, concedeu R$ 175 bilhões em financiamentos até setembro de 2024, um aumento de 28,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Até setembro, a Caixa detinha uma participação de 48,3% no mercado de contratações com recursos da poupança, totalizando R$ 63,5 bilhões em operações.

"A Caixa estuda constantemente medidas que visam ampliar o atendimento da demanda excedente de financiamentos habitacionais, inclusive participando de discussões junto ao mercado e ao governo, com o objetivo de buscar novas soluções que permitam expansão do crédito imobiliário no país, não somente pela Caixa, mas também pelos demais agentes do mercado", afirmou o banco em nota oficial.

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