O ministério de Minas e Energia deve decidir sobre a adoção do horário de verão no Brasil nesta terça-feira (15). O ministro Alexandre Silveira convocou a equipe técnica para discutir o assunto em Brasília . Com a necessidade de agir rapidamente, Silveira decidiu encurtar suas férias e retornará ao trabalho nesta segunda-feira (14).
"O resumo da ópera é que se houver risco energético, não interessa outro assunto a não ser fazer o horário de verão", afirmou Silveira na sexta-feira (11), em Roma, após participar como palestrante no II Fórum Internacional Esfera.
"Se não houver risco energético, aí é um custo-benefício que terei a tranquilidade, a serenidade e a coragem de decidir a favor do Brasil e a favor do Brasil nem sempre quer dizer que vai economizar meio por cento, um por cento na conta de energia, porque qual impacto nos outros setores? Isso tem que ser um equilíbrio", acrescentou o ministro.
Silveira explicou que a reunião foi marcada para esta terça-feira (15) devido à urgência da situação e à necessidade de permitir que setores afetados se preparem. Ele enfatizou a importância de consultar os principais setores para garantir um planejamento eficaz.
"Se tem algo que não se pode abrir em uma política pública com essa dimensão, é a questão da previsibilidade. A importância maior do horário de verão é entre 15 de outubro e 30 de novembro. Até 15 de dezembro, tem uma importância vigorosa, não que ele não tenha depois, mas vai diminuindo a curva da importância dele", disse.
O ministro destacou que o horário de verão é uma política pública reconhecida mundialmente e não deve ser considerada uma questão ideológica.
Além disso, Silveira comentou sobre as usinas hidrelétricas, como a de Belo Monte, que enfrenta dificuldades devido à falta de licenciamento para operar com reservatório, enfatizando que essas usinas são afetadas por condições climáticas. Ele indicou que a crise hídrica atual é severa.
"O Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) apurou que desde 1950, quando ele mede a questão pluviométrica no Brasil, nós vivemos a pior crise hídrica dos últimos 73 anos, o que nos levou, se nós não tivéssemos feito medidas preventivas, como diminuir a vazão de Jupiá e Porto Primavera, corajosas que tomamos durante o ano, preservando 11% de água doce nos nossos reservatórios, hoje nós teríamos problema energético no Brasil. Não temos, temos tranquilidade para este período, mas temos que nos equilibrar entre segurança e modicidade tarifária e temos que preparar também o planejamento para 2026", comentou.
O ministro Alexandre Silveira acrescentou que, caso o governo opte pelo horário de verão, isso não afetará o segundo turno das eleições, que está marcado para o dia 27 deste mês.
"Se ele for decretado, não pega a eleição, porque tem que ter no mínimo 20 dias para que setores extremamente importantes se planejem, como o setor aéreo por causa das conexões internacionais e outros setores também como segurança pública. Ele afirmou que tudo está sendo analisado com todo o cuidado e serenidade. O ministro lembrou que o presidente Lula já disse em entrevista que essa decisão não é política e delegou a condução dela ao seu ministro de estado."
"O farei, com a coragem de quem tem que decidir. O farei muito ancorado em bases técnicas e em sensibilidade política e social, para que a gente defendendo, como eu defendo o horário de verão como política pública, só use mão dessa política pública se ela for imprescindível para assegurar energia para o Brasil e diminuir os custos que não impactem mais negativamente e faça economia para o consumidor", completou.
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