Leonardo indeniza em R$ 225 mil trabalhadores de fazenda e paga R$ 94 mil em multas

Cantor foi incluído na chamada "lista suja" do trabalho escravo, divulgada na última segunda-feira (7) pelo MTE

Leonardo contou que arrendou a fazenda para a plantação de soja e que não teve envolvimento com a contratação de funcionários
Foto: Instagram
Leonardo contou que arrendou a fazenda para a plantação de soja e que não teve envolvimento com a contratação de funcionários

O cantor Emival Eterno da Costa , conhecido como Leonardo , pagou R$ 225 mil em indenizações aos seis trabalhadores resgatados em condições  análogas à escravidão em sua fazenda ( Talismã ), localizada em Jussara , Goiás

O acordo foi firmado com a Defensoria Pública da União ( DPU ), o Ministério Público do Trabalho ( MPT ) e o artista. Segundo documentos obtidos. Além do valor indenizatório, Leonardo também pagou uma multa de R$ 94.063,24. As informações são do g1 .

Conforme o acordo, cinco trabalhadores receberam R$ 35 mil cada um, enquanto o adolescente de 17 anos, que foi encontrado em situação de trabalho irregular, foi indenizado com R$ 50 mil. Ao todo, 18 pessoas trabalhavam na fazenda durante a fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Os trabalhadores foram resgatados na Fazenda Lakanka, porém a Fazenda Talismã está fisicamente próxima e faz parte do mesmo conjunto de operações agrícolas do cantor.

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Segundo os documentos, Leonardo tinha a obrigação contratual de entregar uma parte da Fazenda Lakanka pronta para o plantio, garantindo que o solo estivesse limpo e preparado. Por outro lado, o arrendatário era responsável por executar o plantio e o manejo das atividades agrícolas, uma vez que a área estivesse adequada para isso.

Apesar de o arrendatário ter tido a responsabilidade sobre o plantio, e sobre as etapas de preparação do solo, como plantação de grama, Leonardo era responsável tanto em termos de execução quanto de pagamento aos trabalhadores envolvidos​.

Leonardo na "Lista Suja"

O caso ganhou repercussão nacional e resultou na inclusão do cantor na chamada "lista suja" do trabalho escravo, divulgada na última segunda-feira (7) pelo MTE. 

O cadastro expõe empregadores responsabilizados por exploração de trabalho em condições análogas à escravidão . A operação contou com auditores do Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho, Defensoria Pública da União, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.

De acordo com os documentos da investigação, os empregados acordavam antes das 6h da manhã e, às 7h, já estavam arrancando pedras, raízes e tocos de árvores sem qualquer equipamento de proteção. As refeições eram feitas embaixo de uma árvore e a água era armazenada em quatro garrafas térmicas.

O relatório de fiscalização também mostra que a moradia estava infestada de insetos e morcegos, e o ambiente exalava um forte odor fétido.  

“Estou surpreso e triste”

Leonardo contou que arrendou a fazenda para a plantação de soja e que  não teve envolvimento com a contratação de funcionários.

"Estou surpreso e muito triste. O meu nome está sendo vinculado na televisão, rádio, internet e tudo mais. Em 2022, eu arrendei uma fazenda para que o arrendatário plantasse soja, milho, o que ele quisesse. Se eu estou arrendando a fazenda para ele, ele tem o direito de plantar o que ele quiser", disse.

O cantor negou que tenha apoiado e é completamente contra o trabalho forçado.

"Eu já plantei tomate, eu sei como que é, a vida é difícil lá. No meu coração, eu jamais faria isso. Eu acho que há um equívoco muito grande sobre a minha pessoa. O Brasil inteiro me conhece e sabe a pessoa que eu sou, da idoneidade que eu tenho, graças a Deus. Eu estou dizendo para vocês, eu não me misturo nessa lista que eles fizeram de trabalho escravo, eu sou completamente contra essa coisa. E vou ser sempre contra isso", disse.

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