Banco Central aponta superaquecimento da economia e eleva projeções de inflação em nova reunião.
Na última quarta-feira (18), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu reiniciar o ciclo de alta da taxa de juros, aumentando a Selic em 0,25 ponto percentual, passando de 10,50% para 10,75% ao ano. A decisão foi unânime entre os membros do comitê.
O Banco Central sinalizou que a economia brasileira está superaquecida, operando acima da sua capacidade produtiva. Essa situação gera pressão sobre os preços, levando a uma tendência de alta da inflação.
O Copom projetou que a inflação deve chegar a 3,5% no primeiro trimestre de 2026, distando-se da meta de 3%. O Banco Central não analisa apenas o curto prazo, mas sim um horizonte mais amplo, prevendo que a Selic termine 2023 em 11,25% e em 2025 em 10,50%. Assim, a instituição pode precisar de um aumento além desses patamares.
Embora tenha iniciado um novo ciclo de alta de juros, o Banco Central não se comprometeu com o ritmo ou a magnitude dos futuros aumentos. As decisões serão guiadas pelo objetivo de trazer a inflação de volta à meta.
O Copom avaliou que o cenário de riscos para a inflação é assimétrico, com maior probabilidade de que as projeções aumentem ainda mais. Isso implica que há um risco elevado de a inflação se desviar da meta, influenciada por fatores externos e internos, como variações no câmbio.
Em meio a uma seca histórica que afeta a oferta de energia, o Copom antecipa que 2024 e 2025 devem encerrar com a bandeira amarela, que implica um custo adicional de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. Atualmente, a bandeira em vigor é a vermelha 1, que já traz custos extras.