“Se precisar subir os juros, vamos subir os juros”, afirmou Roberto Campos Neto na manhã desta terça-feira (20), durante um evento promovido pelo BTG Pactual em São Paulo.
Segundo com Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), a decisão sobre os juros dependerá das previsões econômicas, tanto nacionais quanto internacionais.
Ele destacou que a instituição continuará a “perseguir a meta de inflação” e observou que “nunca viu um espírito de equipe tão bom no Banco Central como nas últimas reuniões”. As informações são do Metrópoles.
Campos Neto admitiu, também, que tanto ele quanto outros economistas têm errado nas previsões de crescimento, mas destacou que a economia brasileira está demonstrando sinais de vigor.
Com a inflação controlada a 4,5% nos últimos 12 meses e as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) próximas de 3%, ele observou que “os dados estão muito melhores no Brasil do que os preços refletem”.
Ele ainda sublinhou a necessidade de cautela em face da volatilidade global e das incertezas nas relações econômicas entre Estados Unidos e China, e comentou que a instituição está monitorando de perto esses fatores ao avaliar as futuras políticas monetárias.
“A gente tem a eleição americana, a gente tem a China, tem um tema do protecionismo, tem um tema da fragmentação do comércio, tem vários temas que são geopolíticos, que são inflacionários de médio prazo. Mas eu diria que, diante do que aconteceu nas últimas semanas, nos últimos dois meses, nas últimas seis, sete semanas, eu acho que essa parte externa melhorou”, pontuou.
Ele também abordou a transição de liderança no Banco Central, afirmando que é crucial “concentrar todas as forças para fazê-la de forma suave”, e que não pretende continuar na vida pública. Ele buscará uma posição no setor privado.
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