Eduardo Leite, Governador do Rio Grande do Sul, e Heverton Cardoso, CEO da Innova Steel.
Mauricio Tonetto/Secom RS
Eduardo Leite, Governador do Rio Grande do Sul, e Heverton Cardoso, CEO da Innova Steel.


O Rio Grande do Sul vai ganhar 200 "casas secas" que serão construídas e doadas ao estado em até quatro meses em decorrência das  fortes chuvas e enchentes que atingiram a região em abril deste ano.  A preparação da área onde as casas serão construídas deve começar nas próximas semanas.

O projeto foi lançado por uma empresa especializada em construção a seco, um método muito popular nos EUA, que começa a crescer no Brasil e tem como vantagem ser mais econômico, rápido e ecológico. Por isso, tornou-se uma opção para reconstruir as moradias afetadas pela tragédia que assolou o  Rio Grande do Sul. 

O nome vem do fato de o método dispensar o uso de concreto, cimento e água para levantar casas. De modo geral, a construção, então, tem uma base de formato e forros — onde ficam tubulações, fiação, isolamento, entre outros.

“Quando vimos o que aconteceu no Sul quisemos imediatamente ajudar. Anos atrás, perdemos tudo na nossa primeira loja devido a uma das maiores enchentes de São Paulo e sabemos o tamanho desse impacto. A diferença é que, no nosso caso, tínhamos uma casa para voltar no fim do dia. Por isso, disponibilizamos toda nossa tecnologia construtiva para reerguer a região. O RennovaSul nasceu com a ideia de ir além de levantar paredes e telhados: queremos reconstruir esperança e restaurar sonhos, apostando no senso de pertencimento e comunidade”, disse Caroline Siqueira, sócia-fundadora e vice-presidente da empresa responsável pela iniciativa, a Innova Steel.

A companhia pretende entregar, no projeto, imóveis de 36m² com sala integrada à cozinha, banheiro e dois dormitórios. As moradias serão mobiliadas e têm previsão de serem entregues em até 120 dias.

Modelo de casa de construção a seco a ser entregue
Mauricio Tonetto/Secom RS
Modelo de casa de construção a seco a ser entregue


A empresa irá, então, usar a tecnologia da qual é pioneira no Brasil: a construção a seco , que tem a vantagem de ser rápida e prática. Em quatro meses, é esperado que 200 casas sejam entregues.

O Governo do RS doou os terrenos — que ainda estão em fase de liberação — para a construção. Eles ficam em Igrejinha, Cruzeiro o Sul e São Sebastião do Caí. O Instituto Bandeirantes é parceiro da iniciativa e as empresas realizarão, inclusive, um evento beneficente para arrecadar fundos para mobiliar as casas.


Construção a seco

Existem diversos modos de construção a seco . As casas do RS serão utilizadas com “ steel frame ”: as estruturas do prédio são feitas com perfis de aço; tubulação, parte elétrica e isolamentos, que ficam “dentro” desses espaços, e são posteriormente forrados. 

Além de aço, é possível usar madeira para base, mas o método é menos popular.

Depois, tudo é fechado com diversos tipos de placas: pode ser OSB, (madeira prensada com resina, impermeável), placas cimentícias, de gesso (também conhecida como “dry wall”) e diversas misturas de material, incluindo fibras e polímeros.

As paredes de dry wall em si garantem um ótimo isolamento térmico, mas podem ser “recheadas” com isolantes para potencializar efeito. Funciona no frio e no calor. Pelo mesmo motivo, também têm bom isolamento sonoro.

Vantagens da construção a seco

Nesse tipo de construção, há maior economia de material, pois, por serem industrializados e calculados antes, há compra exata. Isso gera, também, orçamentos precisos e sem “surpresas” na obra.

Outros benefícios citados acima são: qualidade termoacústica, sustentabilidade, material durável, fácil manutenção e mudanças fáceis.

Além disso, também tem risco de incêndio reduzido, custo-benefício pela rapidez, durabilidade e segurança.

Desvantagens da construção a seco

Embora o tipo de construção tenha muitas vantagens, ele ainda não está totalmente inserido na cultura do país. No Brasil as casas geralmente são mais tradicionais, feitas com cimento, tijolo e concreto. 

Assim, é mais difícil encontrar métodos alternativos — e mão de obra especializada. Até a compra de materiais em lojas tradicionais pode ser complicada, ao passo que o contrário é mais fácil.

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