O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está reunido nesta quarta-feira (3) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad para debater medidas e posturas do governo para conter a alta do dólar.
O dólar tem registrado altas significativas, atingindo os maiores valores em dois anos e meio. O governo busca implementar medidas para reduzir os gastos públicos e assegurar o equilíbrio fiscal.
Nesta terça-feira (2), o dólar encerrou em alta, atingindo R$ 5,68 durante o dia e fechando em R$ 6,66, terceira alta seguida e maior valor desde janeiro de 2022, quando estava em R$ 5,6742. Com isso, a moeda americana acumula valorização superior a 16% no ano.
Lula tem adotado uma postura de confronto com o mercado financeiro, que espera ações mais claras do governo para conter as despesas.
Oficialmente, o governo informou que a reunião entre Lula e Haddad abordará o "tema fiscal".
No Orçamento de 2024, o governo planeja alcançar um déficit zero, onde despesas e receitas se equilibram. Qualquer desvio significativo pode resultar em um déficit fiscal, gerando incertezas no setor financeiro e produtivo sobre a capacidade do governo de pagar suas dívidas e controlar a inflação, o que dificulta a atração de investimentos para o país.
O horário específico da reunião entre Lula e Haddad ainda não foi divulgado. Mais tarde, às 16h, no Palácio do Planalto, o presidente terá outro encontro com a Junta de Execução Orçamentária (JEO), composta por autoridades da Fazenda e responsável por assessorar diretamente o Presidente na condução da política fiscal do governo.
Em declarações recentes, Haddad reconheceu que os "ruídos" na comunicação têm contribuído para a alta do dólar, destacando a importância de melhorar a divulgação dos resultados econômicos positivos do país. Ele mencionou que os dados de atividade econômica e arrecadação de junho superaram as expectativas da Receita Federal.
"Atribuo a muitos ruídos [a alta no dóçar]. Já falei isso no conselho, Conselhão [Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável], falei disso. Precisa comunicar melhor os resultados econômicos que o país está atingindo, por exemplo, tive hoje mais uma confirmação sobre atividade econômica e arrecadação de junho. Fechou hoje, mês de junho ficou acima do previsto pela Receita Federal. Ou seja, nós estamos no sexto mês de boas notícias na atividade econômica e na arrecadação", disse o ministro.
Economistas têm avaliado que as críticas de Lula à política do Banco Central e seu pedido por taxas de juros mais baixas têm pressionado o dólar para cima. O presidente também tem afirmado que não está obrigado a prestar contas ao mercado, o que também influencia o cenário econômico atual.
Haddad já havia adiantado na segunda-feira (1º) que teria uma conversa com Lula nesta semana, ressaltando que têm discutido frequentemente sobre o cenário fiscal do país nas últimas semanas.
Para Haddad, o governo precisa melhorar a comunicação sobre os bons resultados na economia.
"Eu tenho conversado com ele com bastante frequência nos últimos dias. Estive com ele semana passada umas duas ou três vezes conversando sobre isso [cenário fiscal]. E ficamos de retomar", disse o ministro.
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