O dólar fechou com cotação de R$ 5,5884 nesta sexta, 29. O primeiro semestre de 2024 se encerrou, então, com alta de 15%. Este é o maior valor desde 10 de janeiro de 2022. O aumento do dólar ocorre após fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em que criticou o Banco Central do Brasil (BC) .
Segundo o mandatário, os juros no país melhorarão após ele trocar o presidente do BC, como disse à rádio O Tempo . A fala pode indicar uma queda forçada da Selic, o que assusta o mercado.
"A taxa de juros de 10,5% é irreal para uma inflação de 4%. É isso. Agora, eu não sou do Conselho Monetário Nacional, eu não sou diretor do Banco Central. Isso vai poder melhora quando eu puder indicar o presidente, que vai para o Senado, e a gente vai construir uma nova filosofia", declarou Lula.
"O presidente não vai ficar dando palpite, 'baixa o juro, aumenta o juro'. O presidente da República tem que confiar que a pessoa que está lá [no Banco Central] tem competência para fazer as coisas", acrescentou.
O BC ainda divulgou um aumento do déficit primário para R$ 63,9 bilhões, uma piora em relação a maio.
O Ibovespa também apresentou queda de 0,32%, fechando em 123.907 pontos. Assim, o resultado é um ganho de 1,48% no mês e 7,66% no ano.
O dólar teve alta de 1,46% e fechou em R$ 4,5884. A máxima do dia foi R$ 5,5982.
Fala de Lula pode afetar alta do dólar
Ao g1, José Alfaix , economista da Rio Bravo Investimentos, revelou que as falas de Lula contra o Banco Central e a denominação dele como “irreal” com a Selic a 10% têm grande influência no aumento do dólar: “O câmbio reage à maior percepção de risco.”
Outro fator que afetou a alta é o déficit do setor público superior ao esperado. A dívida cresce, o que exige urgência de ajustes fiscais, explicou o economista. Novamente, o risco fiscal se reflete no câmbio.
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