(Arquivo) Sede do Banco Central do Brasil (BCB) em Brasília, em 29 de maio de 2012
PEDRO LADEIRA
(Arquivo) Sede do Banco Central do Brasil (BCB) em Brasília, em 29 de maio de 2012

Nesta quinta-feira (27), o  Banco Central do Brasil apresentou o Relatório de Inflação, revelando revisões nas projeções econômicas para o país até 2025. O destaque do relatório foi a revisão para cima na projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2024, passando de 1,9% para 2,3%.

Este ajuste positivo foi impulsionado por indicadores robustos como o aumento na arrecadação de impostos, o consumo das famílias e os investimentos em ativos fixos. O Banco Central atribui esses resultados às políticas de estímulo econômico e ao progresso na recuperação pós-pandemia.

Além disso, o relatório ressalta o impacto esperado dos esforços de reconstrução no Rio Grande do Sul, após as recentes tragédias climáticas no estado. A expectativa é de que esses esforços contribuam positivamente para o crescimento do PIB no segundo semestre de 2024, compensando parcialmente os efeitos negativos das enchentes.

Inflação

No que diz respeito à inflação, o Banco Central ajustou sua projeção para 2024 de 3,5% para 4,0%, refletindo preocupações com pressões inflacionárias persistentes. Embora a inflação acumulada em 12 meses tenha registrado uma leve queda, passando de 4,5% em fevereiro para 3,9% em maio, as expectativas de inflação ainda estão distantes da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional de 3%.

O relatório destaca que fatores como a inflação de serviços e a volatilidade nos mercados internacionais representam desafios significativos para o controle da inflação nos próximos anos. A incerteza econômica global e as políticas monetárias restritivas em algumas economias podem ajudar a mitigar essas pressões, mas são variáveis que requerem atenção contínua.

Rio Grande do Sul

As  recentes enchentes no Rio Grande do Sul deixaram marcas profundas na economia regional. O relatório aponta que as regiões mais afetadas pelas chuvas intensas experimentaram significativas reduções na atividade econômica. Por exemplo, houve uma queda de 8,6% no número de transações via cartão de débito ou Pix durante o período das enchentes.

No setor agrícola, as chuvas tiveram um impacto direto na produção de grãos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisaram para baixo suas estimativas para a produção agrícola no estado, principalmente para culturas como soja e milho. Apesar dessas revisões, tanto o IBGE quanto a Conab ainda preveem um crescimento na produção gaúcha de grãos para o ano-safra de 2024, embora em ritmo menor do que inicialmente projetado.

Perspectivas futuras 

O relatório também abordou a implementação da meta contínua para inflação a partir de janeiro de 2025, uma medida destinada a aprimorar o monitoramento e a resposta às condições econômicas em evolução. Essa mudança reflete o compromisso do Banco Central em fortalecer a estabilidade econômica e financeira do país diante de um cenário global complexo.

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