O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (18), ser pessoalmente contrário à taxação de compras internacionais de até US$ 50, que ficou conhecida como " taxa das blusinhas ".
Em entrevista à rádio CBN, o mandatário disse que considera o projeto "equivocado", porque, segundo ele, promove a taxação de "pessoas humildes".
"Quem é que compra essas coisas de US$ 50? A minha mulher compra. Falei com o [Geraldo] Alckmin: a sua mulher compra. Eu falei para o [Fernando] Haddad: a sua filha compra, a sua mulher compra. Porque são coisas que estão aí, baratinhas. Coisas para pintura, para cabelo. Um monte de coisa. Por que taxar US$ 50? Por que taxar o pobre e não taxa o cara que vai no free shop gastar US$ 1 mil?", disse o presidente.
"Essa foi a minha divergência, por isso que eu vetei. Eu vetei, depois, houve uma tentativa de fazer acordo, houve acordo, e eu assumi compromisso com o Haddad que eu aceitaria colocar Pis e Cofins para gente cobrar, que dá mais ou menos 20%. Isso tá garantido', pontuou.
Compromisso
Apesar da crítica, o mandatário indicou que não pretende vetar o projeto, para honrar o "compromisso" que tem com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
"Estou fazendo isso pela unidade do Congresso e do governo e das pessoas que queria porque eu, pessoalmente, acho equivocado a gente taxar as pessoas humildes que gasta US$ 50", afirmou o mandatário.
Na última terça-feira (11), a Câmara aprovou o projeto, por 380 votos a 26. Agora, ele aguarda sanção presidencial. O texto do PL prevê a aplicação do Imposto de Importação (II) de 20% para compras realizadas em lojas estrangeiras no valor de até US$ 50.
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